O Dia Mundial da Trombose, celebrado em 13 de outubro, chama a atenção para a importância da conscientização e prevenção da doença que registrou mais de 75 mil casos no Brasil em 2024, de acordo com o Ministério da Saúde. Apenas no primeiro semestre de 2025, foram identificados 36 mil, o que representa quase a metade do número previsto para o ano. A condição ocorre quando há a formação de coágulo em um vaso sanguíneo, como veia ou artéria, comprometendo a circulação.
No caso da trombose venosa, os sinais clínicos podem incluir inchaço em uma das pernas, geralmente na panturrilha ou coxa, dor ou sensibilidade local semelhante à câimbra, além de calor e vermelhidão na pele da região afetada. Em casos mais críticos, como na embolia pulmonar, a manifestação clínica pode variar desde um quadro leve e assintomático, a quadros mais graves com dor no peito, falta de ar, arritmias cardíacas, tosse com raias de sangue, até mesmo falência respiratória aguda e parada cardiorrespiratória.
Para uma boa evolução clínica se torna fundamental o diagnóstico precoce, feito por meio de uma avaliação clínica minuciosa, exames laboratoriais e exames de imagem, para confirmação diagnóstica. No caso da embolia pulmonar, o tratamento adequado e no momento certo reduz a mortalidade de 30% a 2%.
“O diagnóstico da trombose combina a avaliação em conjunto da história clínica, análise dos sinais e sintomas pelo médico, exames específicos de sangue, e pode ser confirmado com a imagem, como o ultrassom doppler venoso, que permite a identificação da presença da trombose comprometendo o fluxo sanguíneo dentro das veias, e isto ocorre principalmente nas pernas. Esses recursos permitem detectar o coágulo com precisão e iniciar o tratamento anticoagulante adequado rapidamente”, explica Tomaz Crochemore, diretor médico da Werfen e médico intensivista especialista em Trombose e Hemostasia.
Investigação laboratorial
Nos casos de trombose recorrente, em jovens ou em veias de outras partes do corpo menos comum, é necessário realizar uma investigação laboratorial mais aprofundada. Trata-se da avaliação do perfil laboratorial para pesquisa de trombofilia, condição na qual o paciente apresenta uma tendência maior para formar coágulos nos vasos sanguíneos. Este perfil inclui testes para trombofilia hereditária como proteína C, proteína S, antitrombina, e mutação do fator V de Leiden; e adquiridas como o anticoagulante lúpico.
“Essa avaliação completa, disponível no portfólio da Werfen, permite identificar pacientes com predisposição aumentada para eventos trombóticos, possibilitando estratégias preventivas personalizadas”, indica Crochemore.
Entre os possíveis testes de coagulação para o diagnóstico preciso da trombose, o D-dímero se destaca como um biomarcador fundamental na avaliação de eventos trombóticos, sendo parte essencial dos algoritmos diagnósticos para tromboembolismo venoso (TEV). O reagente da Werfen destaca-se por fornecer resultados confiáveis em poucos minutos, permitindo a exclusão segura de trombose venosa profunda (TVP) e embolia ou tromboembolismo pulmonar (TEP) em pacientes de baixo a moderado risco quando o resultado é negativo. Além do diagnóstico na fase aguda, o teste auxilia na determinação da duração ideal da anticoagulação e na identificação de pacientes com alto risco trombótico.
Prevenção e tratamento
Como forma de prevenção é importante evitar longos períodos de imobilidade e adotar hábitos saudáveis no dia a dia. As principais orientações são levantar e caminhar regularmente, praticar atividade física, manter o peso adequado, hidratar-se bem, evitar o cigarro e usar meias de compressão em casos de risco aumentado.
O tratamento requer orientação médica e inclui o uso de anticoagulantes orais ou injetáveis. As meias de compressão também ajudam a prevenir complicações, como a síndrome pós-trombótica. Em casos mais graves, pode ser necessária a trombólise, para dissolver o coágulo, ou até mesmo cirurgia.
Evento na Avenida Paulista
No dia 12 de outubro, véspera do Dia Mundial da Trombose, a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH), em parceria com o Centro de Doenças Tromboembólicas do Hemocentro da Unicamp (CDT), realizará uma ação de conscientização na Avenida Paulista, em São Paulo, das 10h às 15h. Em linha com o mote global da campanha “Mova-se contra a trombose”, dedicada ao Dia Mundial da Trombose, o evento gratuito reforça que pequenos movimentos podem salvar vidas.
A ação acontecerá em uma área na entrada do prédio da FIESP, em frente a um dos acessos da estação de metrô Trianon-MASP. A programação inclui avaliação de risco para trombose, orientação médica personalizada e distribuição de material educativo. Profissionais de saúde estarão disponíveis para esclarecer dúvidas, realizar avaliações de risco e, quando necessário, encaminhar casos que necessitem acompanhamento médico.
“Com medidas simples no nosso dia a dia, é possível baixarmos muito o risco de trombose, que é a terceira causa de óbito entre as enfermidades cardiovasculares. Para que isto aconteça, todos precisamos nos unir para informar corretamente a população, estimulando a prática de medidas simples como movimentação do corpo, hidratação, controle de peso, uso de meias compressoras, não fumar, prevenção em hospitalização e viagens longas, indicação do anticoncepcional adequado e, quando necessário, o uso de anticoagulantes recomendados pelo médico”, afirma a hematologista Joyce M. Annichino, professora, coordenadora do CDT e presidente da SBTH.
Qual é a relação entre trombose venosa e viagem de avião?
A imobilidade prolongada diminui a circulação sanguínea nas pernas e pode favorecer a formação de coágulos. Por esse motivo, o risco de trombose aumenta em viagens longas, especialmente de avião. O cuidado deve ser redobrado em pessoas com histórico da doença, obesidade, uso de anticoncepcionais, tabagismo, gravidez ou presença de doenças crônicas.
“Durante a viagem, o passageiro pode se levantar com segurança e caminhar a cada duas horas. Além disso, fazer exercícios com as pernas enquanto se está sentado é importante para reativar a circulação. Uma das dicas é levantar o calcanhar e, em seguida, as pontas dos pés, repetindo algumas vezes”, indica o especialista.
Relação entre anticoncepcional e trombose
É muito comum ligarem o uso de anticoncepcionais ao risco de trombose. E sim, os anticoncepcionais combinados, que contam com estrogênio e progesterona, elevam a possibilidade de ter a doença, porque aumentam os níveis de fatores de coagulação e reduzem a atividade das proteínas C e S, que controlam naturalmente a formação de coágulos. Esse risco se torna ainda maior em mulheres fumantes, com obesidade ou com histórico familiar de trombose.
Sobre a Werfen
Líder global em diagnósticos especializados, a Werfen é referência nas áreas de Hemostasia, Acute Care Diagnostics (diagnóstico rápido e preciso de pacientes em estado crítico), Transfusão, Autoimunidade e Transplante. Fundada em 1966, em Barcelona, na Espanha, a companhia está presente diretamente em mais de 30 países — incluindo o Brasil — e atua em mais de 100 por meio de uma ampla rede de distribuidores. Com soluções voltadas a laboratórios clínicos e hospitalares, a empresa oferece analisadores, reagentes e softwares inovadores que apoiam a tomada de decisões clínicas, contribuindo para tratamentos mais eficazes e centrados no paciente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário