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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Perspectivas 2026 para o Mercado de Loteamentos

 

AELO espera queda dos juros

 

O setor de loteamentos chegará a 2026 em posição de destaque no mercado imobiliário brasileiro, sustentado pelo desempenho sólido observado em 2025 e pelas condições estruturais que favorecem a expansão do desenvolvimento urbano. Mas os desafios serão muitos para melhorar o ambiente de negócios, como a Reforma Tributária, a tão esperada queda dos juros, a redução da inflação e a contenção dos gastos públicos.

Em nível nacional, o mercado encerrou 2025 com altas expressivas no VGV acumulado — em alguns recortes, acima de 20% — e valorização média de até 14% no preço do metro quadrado em loteamentos fechados. Em São Paulo, as vendas tiveram crescimento de 20% no acumulado de janeiro a setembro, e o estoque manteve-se baixo, representando apenas 24,3% do total lançado desde 2019. Esses indicadores apontam para um setor saudável, com oferta adequada e forte absorção dos novos empreendimentos, cenário que tende a se manter em 2026.

A recente pesquisa AELO–Secovi-SP mostra que, mesmo com oscilações pontuais nos lançamentos ao longo do ano, o segmento registrou crescimento consistente em vendas, valorização e geração de valor, consolidando-se como uma das atividades mais dinâmicas e resilientes da economia.

Para a Associação das Empresas de Loteamento Urbano (AELO), a manutenção da atratividade do segmento em 2026 dependerá também do ambiente macroeconômico – especialmente da trajetória de juros. A taxa Selic elevada em 2025 reduziu “o apetite” de investidores por operações estruturadas e prorrogou decisões de compra em alguns nichos. Segundo o presidente da entidade, Caio Portugal, a queda da Selic é fundamental para destravar investimentos e fortalecer o ritmo de expansão dos loteamentos. “Quando a taxa se mantém elevada, os setores produtivos ficam aquém da sua capacidade de gerar emprego e renda. Não há alternativa: é preciso responsabilidade fiscal para permitir juros mais baixos”, afirma.

Ao mesmo tempo, a aprovação da Reforma Tributária trouxe previsibilidade e avanços importantes para o setor, ao reconhecer suas especificidades e manter condições adequadas de operação. “Entre os pontos garantidos no texto sancionado estão o redutor de alíquota de 50%, o redutor social de R$ 30 mil por lote e regras claras sobre doações de áreas públicas e parcerias entre loteador e terrenista. Para a AELO, a regulamentação que ocorrerá em 2026 será decisiva para assegurar segurança jurídica e neutralidade tributária na atividade de parcelamento do solo urbano”, explica Caio Portugal.

Além dos fatores econômicos, 2026 também será um ano estratégico para a agenda de segurança jurídica e proteção ao consumidor. A AELO reforça a nova fase da campanha ‘Lote Legal’, com intensa presença em canais digitais, parcerias institucionais e ações educativas direcionadas a consumidores e agentes públicos, reforçando que lote regularizado é garantia de segurança patrimonial, desenvolvimento responsável e preservação ambiental. O objetivo é fortalecer a cultura da legalidade e coibir práticas que prejudicam compradores e competem de forma desleal com empreendedores sérios. “Nem todo lote é o que parece ser. A documentação é o primeiro passo para não cair em armadilhas”, destaca Caio Portugal.

A combinação de mercado aquecido, melhora gradual nos indicadores macroeconômicos e reforço regulatório — incluindo reforma tributária e ações contra a clandestinidade — cria um ambiente propício para o setor de loteamentos crescer de forma sustentável em 2026. A expectativa é de aumento moderado dos lançamentos, continuidade no crescimento das vendas e manutenção da valorização dos preços, acompanhando a maior qualificação dos projetos.

Para a AELO, 2026 será um ano de desafios, mas sobretudo de oportunidades. “Temos um ano cheio: eleições e compromissos pela austeridade fiscal, assim como, a Copa do Mundo, que de alguma forma retira a atenção dos consumidores. A entidade continuará atuando junto ao poder público, investidores, empreendedores e consumidores para garantir um mercado saudável, responsável e alinhado às novas demandas das cidades brasileiras”, completa Caio Portugal.

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