O evento é realizado pela primeira vez no Brasil, em parceria como Festival do Rio, e criará pontes para o cinema documental na Ibero-América, até 11 de outubro | |
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Cena de ‘Um Corpo para Waldirene’ Selecionado para o #LINK - um dos mais importantes encontros de indústria e negócios do cinema documental ibero-americano, que acontece no Rio de Janeiro, de 6 a 11 de outubro de 2025, em parceria com o Festival do Rio e o RioMarket - o documentário “Um Corpo para Waldirene”, dirigido por Rafael Farina e Luíza Zaidan, com produção de Ana Luíza Freitas, Natália Souza, Vitã e Pedro Tinen, traz à tona uma história fundamental e pouco conhecida da trajetória da comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil. O filme acompanha Waldirene Nogueira, hoje com 80 anos, reconhecida como a primeira mulher trans a realizar uma cirurgia de afirmação de gênero na América Latina, em 1971, em São Paulo, durante a ditadura militar. O projeto nasce de uma ligação pessoal e histórica: Rafael Farina é sobrinho de Roberto Farina, o cirurgião plástico que realizou a operação pioneira em Waldirene. Processado e condenado à prisão por “mutilação”, o médico tornou-se figura central no debate sobre gênero, medicina e direitos humanos no país. “Eu cresci ouvindo essa história e quis entender o que levou um médico da elite paulistana a enfrentar um procedimento que sequer existia na América Latina”, conta o diretor Rafael. Durante dois anos de aproximação, a equipe construiu uma relação de confiança com Waldirene, que vive reclusa em Lins, interior de São Paulo, na mesma casa onde nasceu. O filme parte de seu cotidiano atual — e de sua busca, ainda hoje, por um corpo que corresponda à sua identidade — para reconstruir não apenas um percurso individual, mas também a memória coletiva de uma época marcada por repressão, censura e invisibilidade trans. A narrativa se baseia em entrevistas, materiais de arquivo raros, cartas trocadas entre médicos e universidades estrangeiras, e em novas imagens registradas com delicadeza e respeito à protagonista. “Quando percebemos que Waldirene estava viva e que sua história permanecia anônima, entendemos que o filme precisava nascer dela — de sua voz, de suas escolhas, do modo como quer se representar na tela”, afirma Rafael. | |
Mais do que resgatar um episódio histórico, “Um Corpo para Waldirene” propõe uma reflexão sobre memória, corpo e resistência. O filme revisita um marco da medicina e da luta trans sob uma perspectiva afetiva e política, recuperando o lugar de uma mulher que abriu caminhos, mas foi apagada da história. “Não existe luta sem memória. Nosso filme é um gesto de restituição e de futuro”, resume o diretor. Selecionado pelo LINK – Encontro Internacional de Coprodução Audiovisual, para receber mentoria, além de possíveis desdobramentos para a sua conclusão e lançamento no DOC:LAB, laboratório voltado a longas-metragens em desenvolvimento, o projeto busca apoio internacional para concluir suas filmagens e ampliar a circulação da obra em festivais e plataformas. SOBRE O #LINK: Pela primeira vez no Brasil, o #LINK — um dos mais importantes encontros de indústria e negócios do cinema documental ibero-americano — acontece no Rio de Janeiro, de 6 a 11 de outubro de 2025, em parceria com o Festival do Rio e o RioMarket. Com o lema “Vamos a falar portuñol?”, o evento busca aproximar o Brasil da Ibero-América, promovendo coproduções, mentorias e conexões internacionais. Serão 40 projetos de filmes e séries de não-ficção participando de laboratórios de desenvolvimento e finalização — o DOC:LAB, WIP:LAB, SÉRIES:LAB e LINKEAD@S — com pitchings, consultorias, masterclasses e premiações que impulsionam a circulação global das obras. SIGA O #LINK: Instagram: https://www.instagram.com/ Acesse: https://fidba.link/2025/ SERVIÇO: #LINK De 6 a 11 de outubro Centro Cultural Justiça Federal e Cais do Porto |
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