Exame de alta precisão facilita o diagnóstico da halitose, problema que atinge cerca de 50 milhões de brasileiros e afeta autoestima e relações pessoais
Difícil de identificar em nós mesmos e igualmente difícil de ser apontado por terceiros, a halitose é uma disfunção que costuma demorar a ser diagnosticada e tratada — justamente por essas razões.
No primeiro caso, isso ocorre devido ao que chamamos de “fadiga olfatória” ou “adaptação olfativa” — ou seja, nosso cérebro reduz sua percepção diante de estímulos olfativos contínuos. Por isso, o próprio indivíduo geralmente não sente o cheiro que exala. Já no segundo caso, há uma barreira de polidez que impede a maioria das pessoas de alertar alguém sobre o problema. Afinal, é no mínimo constrangedor dizer a um amigo, parente ou colega de trabalho que ele tem mau hálito.
O que muitos não sabem, contudo, é que já é possível medir a composição do hálito. O exame, chamado Oral Chroma, é considerado o mais moderno do mundo nesse tipo de diagnóstico.
“Trata-se de um exame considerado padrão-ouro, que permite mensurar a intensidade do mau hálito e diagnosticar a causa, facilitando o tratamento e o acompanhamento. Atualmente, o Oral Chroma é uma das formas mais eficientes de identificar a halitose”, destaca a Dra. Lígia Maeda, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, especializada em halitose.
A especialista explica que o exame faz a leitura dos principais gases causadores do mau hálito. “Por meio de um cromatógrafo, ele analisa os compostos sulfurados voláteis presentes no ar exalado. Isso é feito com a coleta do ar da boca do paciente por uma seringa. Em seguida, essa amostra é inserida no cromatógrafo, que, após oito minutos, gera um gráfico com a quantidade de cada composto sulfurado volátil, acompanhado de um laudo diagnóstico.”
A partir desse resultado, segundo a médica, é possível direcionar o tratamento com muito mais precisão, transmitindo maior segurança ao paciente. Ou seja, mesmo antes de percebermos o problema ou de sermos alertados por alguém, é possível identificar a halitose e tratá-la de forma adequada. O custo médio para a realização desse exame é de cerca de R$ 600.
Causas
Dados da Associação Brasileira de Halitose (ABHA) indicam que essa disfunção atinge cerca de 30% da população brasileira — ou seja, aproximadamente 50 milhões de pessoas sofrem com o problema, que também interfere na autoestima e nas relações interpessoais.
De acordo com a especialista, causas sistêmicas como refluxo, doenças pulmonares e hepáticas ou outras alterações do organismo podem estar entre os agentes causadores da halitose. No entanto, a principal origem do mau hálito é bucal.
“As pessoas tendem a associar halitose a problemas estomacais ou a questões mais graves. Em algumas situações, isso pode ocorrer. No entanto, em 90% dos casos, o mau odor tem origem na boca — e pode ser tratado após um exame rápido e preciso”, esclarece.
Entre os perfis mais propensos à halitose, a Dra. Lígia cita pacientes com baixa salivação, maus hábitos alimentares ou má higiene bucal.
Quanto ao tratamento, a médica explica que ele pode variar conforme o diagnóstico da origem do problema. “A halitose não tem um protocolo único de tratamento. É necessário, primeiro, diagnosticar as causas para que possamos definir a abordagem adequada. Daí a importância do exame”, enfatiza.
Prevenção
Com relação à prevenção, a melhor forma de evitar o problema, segundo a especialista, é manter uma boa higiene oral, incluindo a limpeza da língua, uso de fio dental e visitas regulares ao dentista. “Além dos hábitos de higiene, é importante manter uma alimentação saudável e equilibrada, bem como uma hidratação adequada ao longo do dia. Evitar o consumo de álcool e cigarro também é essencial na prevenção”, finaliza.
Sobre o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia
Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros. Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia, assim como um Ambulatório de Olfato e Paladar, especializado no diagnóstico e tratamento de pacientes com perda total ou parcial dos sentidos. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.
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