Boletim InfoGripe da Fiocruz mostra avanço preocupante da Síndrome Respiratória Aguda Grave em 20 estados brasileiros. Vírus sincicial respiratório e Influenza A estão entre os principais responsáveis por internações e mortes.
O Brasil vive um aumento expressivo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 2025, segundo dados divulgados pelo mais recente boletim do Sistema InfoGripe da Fiocruz. Com 56.749 casos notificados até a 20ª semana epidemiológica do ano, os números revelam uma realidade preocupante: crianças menores de 2 anos e idosos são os grupos mais vulneráveis, com o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e a Influenza A liderando as causas de infecções e mortes.
De acordo com a Fiocruz, 46,5% dos casos tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. O VSR está presente em 42,7% dos casos confirmados, seguido por rinovírus (25,8%), Influenza A (15,3%), SARS-CoV-2 (16,1%) e Influenza B (1,4%). No entanto, quando o foco são os óbitos por SRAG, a Influenza A responde por 63,7% das mortes.
O médico otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros comenta que os dados reforçam a importância da vacinação contra a gripe, especialmente em crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades, que já um alerta do Ministério da Saúde, que anunciou um investimento de R$ 100 milhões para reforçar o atendimento pediátrico no SUS, principalmente diante do aumento de internações infantis por complicações respiratórias.
Entre os estados com nível de alerta ou alto risco estão São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, além de regiões do Norte e Nordeste como Pará, Roraima, Maranhão, Pernambuco e Bahia. A situação exige atenção da população e reforço das medidas preventivas.
“Em caso de febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar ou sinais de agravamento, a recomendação é procurar uma unidade de saúde imediatamente”, afirma Dr. Bruno.
O boletim também destaca que, embora o VSR esteja em desaceleração em algumas regiões, sua incidência em crianças continua alta. Já entre os idosos, a Influenza A se consolidou como a principal causa de mortalidade por SRAG em 2025.
FONTE:
Bruno Borges de Carvalho Barros
Médico otorrinolaringologista pela UNIFES. Pós-graduação pela UNIFESP. Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial. Mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.
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