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sábado, 3 de maio de 2025

Maternidade solo, inteligência artificial e design genético: Mariana Fonseca propõe cenários de futuro sob o olhar de mãe

 Jornalista e futurista, Mariana Fonseca compartilha, em livro, os bastidores da sua jornada com a fertilização in vitro e produção independente - e propõe uma nova perspectiva sobre as inseguranças de mães na era da inteligência artificial.

Dados da Associação Brasileira de Reprodução Assistida mostram que esse é um mercado em franca expansão no país: com crescimento médio anual estimado em 23% até 2026, o setor deve ultrapassar os R$ 3 bilhões em movimentação. No mundo, cerca de 12 milhões de crianças já nasceram por meio de tecnologias reprodutivas – e esse número está longe de estagnar.

 

 Quais são as novas inseguranças sobre o futuro que as mães têm na era da inteligência artificial e de outras inovações tecnológicas? Em O futuro nasceu antes – Uma futurista e o design da vida em laboratório (Great People Books), a jornalista e futurista Mariana Fonseca propõe aos leitores uma forma radical de pensar o futuro que se desdobra à nossa frente pela lente da maternidade: com método, dados, autonomia, afeto e biotecnologia – longe da idealização romântica, perto da realidade científica. Ao narrar a própria experiência com a fertilização in vitro, essa futurista brasileira abre espaço para um tema ainda tratado como tabu no Brasil: o uso de tecnologias reprodutivas por mulheres que decidem, sozinhas, conceber uma vida com o apoio da ciência e das tecnologias reprodutivas.

A obra une o relato pessoal à reflexão crítica sobre os futuros possíveis sob a perspectiva de uma especialista. Mariana escreve a partir de um lugar inusitado: é mãe de um embrião – um "pacotinho" que ainda está em laboratório. Muito antes do desejo de se tornar mãe, Mariana já gestava uma inquietação sobre o mundo que estamos criando – e a maternidade, nesse cenário, tornou-se também um experimento de futuro. Com base em dados, estudos de caso, referências científicas e experiências próprias, a autora articula uma narrativa que passa por genética, inteligência artificial, bioética, edição de DNA, bancos de sêmen, design de embriões e as novas fronteiras da medicina reprodutiva. “Estou grávida de ideias, de escolhas e de coragem, e foi com todos esses embriões dentro de mim que pari este livro”, afirma.

Uma mulher, um laboratório e o futuro

Mariana escolheu traços do seu futuro filho entre perfis de doadores acessados digitalmente. Analisou o mapa genético do “pai”, histórico familiar de doenças, tom de voz e hobbies. Em vez de mitos ou milagres, ela se debruça sobre os dados, movida pela ética de maximizar a saúde do filho – e de antecipar, com consciência, os desafios do mundo que essa criança vai enfrentar. O que poderia soar como ficção científica é, para ela, cotidiano. Um cotidiano de quem entende que o futuro já chegou, mas não está igualmente distribuído.

Com menos romantização e mais informação, a obra não é um diário de fertilização – é uma análise jornalística sobre os impactos da aceleração tecnológica em vários setores da vida, trazendo à tona medos e inseguranças de futuro de mães na era de disrupções tecnológicas nos campos da IA e biotecnologias. Um conteúdo de futurismo profissional com um olhar universal de mãe, que aproxima os cenários técnicos da realidade das pessoas. Mariana questiona os limites do design genético, os riscos da seleção de embriões por preferências estéticas ou sociais, e os paradoxos entre avanço científico e desigualdade de acesso a soluções. Ao mesmo tempo, defende que precisamos falar mais sobre os mitos que ainda geram desinformação.

Dados da Associação Brasileira de Reprodução Assistida, em parceria com a Redirection International, mostram que esse é um mercado em franca expansão no país: com crescimento médio anual estimado em 23% até 2026, o setor deve ultrapassar os R$ 3 bilhões em movimentação. No mundo, cerca de 12 milhões de crianças já nasceram por meio de tecnologias reprodutivas – e esse número está longe de estagnar. O estudo A demographic projection of the contribution of assisted reproductive Technologies to world population growth (Uma projeção demográfica da contribuição das tecnologias de reprodução assistida para o crescimento populacional mundial) – liderado pelos pesquisadores Malcolm J. Faddy, Matthew D. Gosden e Roger G. Gosden – projeta que, até 2100, cerca de 3,5% da população mundial poderá ter sido concebida direta ou indiretamente por meio dessas tecnologias. “À medida que a luta contra a infertilidade continua, os indivíduos que devem suas vidas às tecnologias de reprodução assistida farão, discretamente, uma contribuição significativa para o crescimento demográfico, bem como para o progresso social”, apontam os pesquisadores no artigo.

O fio condutor do livro é o conceito de Futures Literacy (Letramento em Futuros), tema que Mariana pesquisa e divulga em sua atuação como professora e consultora. Ela propõe que pensar o futuro – com suas tecnologias, seus impactos e caminhos éticos – seja uma habilidade básica do século XXI.

 

|| CAPÍTULOS

Com prefácio de Adriana Araújo, jornalista e âncora do Jornal da Band, e posfácio de Ruy Shiozawa – cofundador e CEO do Ecossistema Great People & GPTW –, O futuro nasceu antes conta com sete capítulos, nos quais a escritora promove um verdadeiro download para os interessados em acessar notícias e informações sobre o amanhã. 

No primeiro capítulo (Trazer um filho ao mundo, mas em qual mundo?), Mariana abre espaço para uma ampla gama de temáticas fundantes da discussão sobre os futuros, indo da exploração espacial a superinteligências artificiais, biohacking, cibersegurança, genética e ética, passando pelo mundo dos bancos de sêmen e sua jornada na FIV. No capítulo dois, (Para que mundo educar?), ancora a sua narrativa em um tema do qual é especialista: o futuro da educação e todo o desdobramento sobre o educar para um futuro volátil. No capítulo três (Para que mundo formar?), a base da conversa com o leitor é o questionamento de como a tecnologia somada a movimentos sociais específicos e ao envelhecimento populacional mudará lógicas do viver em um cenário de automação extrema, de fluidez, flexibilidade e autonomia do indivíduo; a demanda crescente por polímatas; e as diferenças entre o futuro do trabalho e o futuro do emprego.

No capítulo quatro (Qual mundo vamos viabilizar?), Mariana traz uma visão propositiva para o futuro da sustentabilidade, do clima e da energia limpa mediante um cenário econômico global adverso e instável, com a humanidade enfrentando guerras nos fronts físicos e digitais, e problemas de desinformação. Em um subcapítulo, aborda dois temas que ocupam o centro dos debates globais: ESG e Mercado de Crédito de Carbono. No capítulo cinco (E que mundo será esse?), o cotidiano do seu processo de fertilização divide páginas com reflexões e informações sobre cibersegurança, direito à privacidade, novas formas de viver e morrer. No sexto capítulo (E como viver para sempre?), a conversa ganha conotação de “ficção científica da vida real”: a vida em laboratório, a extensão da vida, os nanorrobôs da medicina, a possibilidade de reverter o envelhecimento e os ciborgues contemporâneos. Por fim, no capítulo sete (E o pacotinho?), a autora relata uma conversa com o ChatGPT sobre o processo e a busca por ser mãe solo e os medos sobre o futuro.

Sobre a motivação e escolha em unir os dois temas – futuro e maternidade – em um livro, Mariana Fonseca credita à crença que cultiva sobre a importância do Letramento em Futuros. “Tenho claro para mim que o tema futuro e tecnologias exponenciais precisa estourar a bolha do mundo do trabalho e passar a ser tratado em outros ambientes e outras instâncias. É urgente que todas as pessoas possam entender as responsabilidades de se pensar o amanhã e de desenvolver a própria capacidade de flexibilidade e adaptabilidade para caminhos cada vez mais desconhecidos. A própria Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reforça que Futures Literacy é uma habilidade para todos neste século”, afirma.

Neste Dia das Mães, Mariana convida as leitoras a refletirem sobre as novas fronteiras do maternar – um gesto cada vez mais político, tecnológico e, acima de tudo, imaginativo.

 

|| APRESENTAÇÕES

 “Pensar e elaborar sobre o futuro (ou futuros possíveis, no plural) são atividades essenciais para refletirmos sobre escolhas presentes. O futuro se coloca sempre no agora, seja no aspecto individual ou coletivo. Dentro ou fora das corporações, nos colocamos diante dos nossos desejos de construção de um futuro possível. Mari Fonseca, neste livro inspirador, nos guia pelos mares destes futuros, fazendo da sua reflexão pessoal e de mundo um farol para todos nós: futuristas, curiosos e, mais que tudo, otimistas.” | Felipe Braz, diretor de Novas Marcas e Negócios da Natura.

 “Mariana Fonseca nos apresenta uma jornada pelas transformações e inovações que estão moldando o futuro. Com linguagem fácil e conectado com a sua história pessoal, o livro traz um olhar humano que aproxima temas complexos da realidade de quem não é especialista. Perfeito para quem busca conhecimento e atualização.”| Gabriela Reis, especialista em impacto socioambiental positivo e professora associada da Fundação Dom Cabral.

 “Ao explorar o impacto das tecnologias exponenciais, este livro nos faz refletir sobre o futuro que estamos construindo. Mariana Fonseca conecta de forma brilhante o avanço tecnológico com questões éticas e de sustentabilidade, destacando a responsabilidade de moldarmos um amanhã mais humano. Ao abordar temas como educação e reprodução assistida, o livro nos lembra que a tecnologia não apenas transforma nossa realidade, mas também constrói nosso legado.” | Filipe Guimarães, head of Corporates no Cubo Itaú.

 

III FICHA TÉCNICA

Título: O futuro nasceu antes - Uma futurista e o design da vida em laboratório

Autor:  Mariana Fonseca

ISBN-13:  978-85-5578-163-6

Editora: Great People Books
Número de páginas: 188

Preço sugerido: R$ 64,90

 

SOBRE A AUTORA | Mariana Fonseca é futurista, jornalista, professora, palestrante e consultora em Tecnologias de Impacto. É cofundadora da Pipe.Social, vitrine de negócios de impacto no Brasil, com mais de 6 mil negócios cadastrados, e da Pipe.Labo – think tank do mercado de impacto e ESG com mais de 30 estudos publicados. É fundadora da Mariposa, marca que faz curadoria e produção de conteúdo sobre futurismo para clientes nacionais e internacionais. Em sua jornada acadêmica, destaque para um master em Globalização, Mídia e Internacionalização (Universidade Panthèon Assas, Paris); formações em Tecnologias Exponenciais e Inovação pelo GSP14 Singularity University (NASA, Vale do Silício) e TIP (Hebrew University, Israel). Mariana concluiu, também, especializações como o Creating Shared Value (Harvard Business School). https://marianafonseca.com/ofuturonasceuantes/

PESQUISA TÉCNICA | Betânia Lins é pesquisadora e jornalista. Graduada em Jornalismo e Letras; pós-graduada em Literatura Contemporânea e Formação Psicanalítica pela FAAP; possui extensão em Future Studies & Trend Hunting (Istituto Europeo di Design); em Futuros & Tendências; e ESG (BOX1824); e em Coolhunting como ferramenta de inspiração e inovação (FAAP).  É uma das pioneiras no Brasil em produção de conteúdos sobre negócios de impacto socioambiental e Economia da Longevidade; desenvolve projetos de comunicação e produção de conteúdo (trendbook e estudos de futuros) para startups, organizações e empresas de impacto social. 

SOBRE A EDITORA | Parte do Ecossistema Great People | Great Place to Work, o Great People Books é um selo do Grupo Primavera, destinado à publicação de livros que fomentam uma cultura corporativa positiva. As obras trazem conteúdos construídos por diversos olhares e vivências – de consultores a líderes, da Gestão de Pessoas ao Planejamento Estratégico. Temas como diversidade, liderança responsável, saúde mental, planejamento estratégico e gestão baseada na confiança fazem parte do catálogo. www.greatpeoplebooks.com.br

 

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