Imunização Ampliada
Em meio a tantos surtos de coqueluche, o Ministério da Saúde publicou neste mês uma nota técnica em que recomenda ampliar, em caráter excepcional, e intensificar a vacinação contra a doença no Brasil. A pasta pede ainda que estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica para casos de coqueluche. O documento amplia a indicação de uso da vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto), que combate difteria, tétano e coqueluche, para trabalhadores da saúde que atuam em serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com atendimento em ginecologia e obstetrícia; parto e pós-parto imediato, incluindo casas de parto; UTIs e UCIs, berçários (baixo, médio e alto risco) e pediatria.
Ainda de acordo com a nota técnica, profissionais que atuam em berçários e creches onde há atendimento de crianças com até 4 anos também devem ser imunizados contra a coqueluche. A administração da dose nesse público deve considerar o histórico vacinal contra difteria e tétano (dT). Pessoas com o esquema vacinal completo devem receber uma dose da dTpa, mesmo que a última imunização tenha ocorrido há menos de dez anos. Já os que têm menos de três doses administradas devem receber uma dose de dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT.
A Doença
Causada pela bactéria Bordetella pertussis, a coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória presente em todo o mundo. A principal característica são crises de tosse seca, mas a doença pode atingir também traqueia e brônquios. Os casos tendem a se alastrar mais em épocas de clima ameno ou frio, como primavera e inverno.
Nas crianças, a imunidade à doença é adquirida apenas quando administradas as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Bebês menores de 6 meses podem apresentar complicações pela coqueluche e o quadro pode levar à morte. O ministério alerta que um adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, pode se tornar suscetível novamente à coqueluche, já que a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo. Por conta do risco de exposição, a imunização de crianças já nos primeiros meses de vida é tão importante.
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes.
Sintomas e Complicações
Os sintomas podem se manifestar em três níveis. No primeiro, o mais leve, os sintomas são parecidos com os de um resfriado e incluem mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Esses sintomas iniciais podem durar semanas, período em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença. No estágio intermediário da coqueluche, a tosse seca piora e outros sinais aparecem, e a tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração. As crises de tosse podem provocar ainda vômito ou cansaço extremo. Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis e dez semanas.
Conclusão
A coqueluche é uma doença séria que voltou a ser uma preocupação global. A vacinação contínua e a conscientização sobre a importância de manter a imunização atualizada são cruciais para controlar a propagação da coqueluche e proteger as populações vulneráveis. Mantenha-se informado, vacine-se e adote medidas de higiene para ajudar a prevenir essa doença potencialmente perigosa.
Como Dra. Marcela Rodrigues, diretora da Salus Imunizações, reforço a importância da vacinação e da prevenção contínua. A vacinação é uma grande aliada na prevenção de infecções respiratórias graves. Além da imunização, cumprir a etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir e espirrar, lavar as mãos regularmente e usar máscaras em casos suspeitos e em situações de risco, ajuda na prevenção do VSR. Além disso, adotar hábitos de vida saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente e conviver com pessoas que amamos, é fundamental para fortalecer o sistema imunológico e promover uma melhor qualidade de vida. Juntos, podemos combater a coqueluche e garantir a saúde e o bem-estar de nossas comunidades.
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