Problema atinge até 50% dos indivíduos com paralisia cerebral e, nos casos neurológicos degenerativos, percentual pode chegar a 80%; médica fisiátrica orienta como tratar.
Já ouviu falar em sialorreia? É um sintoma caracterizado pelo aumento da saliva ou perda da habilidade de engoli-la e, como consequência, o excesso do líquido na boca se converte em baba. Embora possa ser uma experiência incômoda e constrangedora, o problema é uma condição subjacente e pode ser tratada com uma abordagem médica adequada.
A condição é comum em pacientes com sequelas de AVC, Parkinson, paralisia cerebral e doenças neurológicas e degenerativas. Crianças de até um ano e meio, em decorrência do nascimento dos dentes, também podem desenvolver o sintoma. Porém, se o problema perdurar, é preciso procurar um médico.
Segundo pesquisas realizadas pelo Hospital Sírio-libanês, a sialorreia atinge até 50% dos indivíduos com paralisia cerebral e, nos casos neurológicos degenerativos, esse índice pode chegar a 80%. Para a Prof.ª Dra. Matilde Sposito, médica fisiatra especialista em bloqueios neuroquímicos, com consultório na cidade de Sorocaba (SP), o sintoma pode dificultar a reabilitação e piorar a qualidade de vida do paciente.
“A sialorreia é dividida em dois tipos. A anterior inclui o excesso de salivação e pode causar problemas dermatológicos ao redor dos lábios, na face e no pescoço. Como consequência, o paciente apresenta desconforto físico e alterações comportamentais de exclusão social. Já, a posterior, prevê o acúmulo de saliva na garganta, o que aumenta o risco de pneumonia aspirativa”, alerta a especialista.
Quando a saliva se torna um problema
A sialorreia também pode ser conhecida como hipersalivação, salivação excessiva ou babação. O sintoma provoca prejuízos na função mastigatória, interfere na fala, além da perda de fluidos.
Dra. Matilde Sposito comenta que o diagnóstico da sialorreia geralmente envolve uma avaliação clínica. O ideal é procurar um médico especialista para identificar e tratar o incômodo adequadamente, o quanto antes. Dependendo da suspeita da causa subjacente, podem ser necessários exames adicionais.
“O diagnóstico é feito por meio da anamnese detalhada, exames da cavidade oral, exames da avaliação endoscópica da deglutição por fibra óptica, para avaliar a eficiência de ingerir salivas, secreções e alimentos. Com esses exames, é possível avaliar a quantidade, a características da saliva e a viscosidade, além da melhor forma de tratamento”, elucida a médica especialista.
Tratamento
A toxina botulínica pode ser injetada nas glândulas salivares, com o propósito de reduzir a produção excessiva. A especialista comenta que o procedimento não tem efeitos colaterais, como as medicações com efeito anticolinérgico (que bloqueia a ação de neurotransmissores).
“A toxina botulínica tem uma boa taxa de sucesso, podendo diminuir em até 70% o volume da salivação. O procedimento é realizado pelo médico de maneira rápida e segura, sem a necessidade de anestesia para aplicação. Além da administração da toxina botulínica, pode-se usar também a atropina, um medicamento que age nas terminações nervosas parassimpáticas, além de fazer o acompanhamento de exercícios de deglutição e posicionamento do pescoço”, conclui Prof.ª Dra. Matilde Sposito.
“Lembrando sempre que cada paciente é único e o tratamento também é individualizado, podendo precisar de uma abordagem multidisciplinar. Também o tratamento fonoaudiólogo e exercícios de deglutição e posicionamento do pescoço são fundamentais”, complementa.
Saiba mais sobre a Fisiatria
Saiba mais em: www܂dramatildesposito܂com܂br; nas redes sociais @dramatildesposito ou ligue para: (15) 3229-0202 ou WhatsApp: (15) 98812-2958. O consultório da Prof.ª Dra. Matilde Sposito fica localizado na clínica Ápice Medicina Integrada, situada na Rua Eulália Silva, 214, no Jardim Faculdade, em Sorocaba/SP.
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