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quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

“O homem que sabia javanês” ganha versão em HQ e estreia nova coleção da Via Lúdica

 

Adaptação da obra de Lima Barreto terá pré-lançamento na CCXP de

São Paulo, entre 04 e 07 de dezembro  

No dia 4 de dezembro, quinta-feira, durante o primeiro dia da CCXP (Comic Con Experience), em São Paulo, a Editora Via Lúdica, do grupo Multiverso das Letras, lança o título inaugural da coleção Clássicos ao Quadrado  O homem que sabia javanês, de Lima Barreto, adaptado por Davi Calil. A nova série editorial apresentará, de forma contínua, grandes obras da literatura clássica em formato de quadrinhos. Os próximos volumes já confirmados são A Moreninha, com roteiro de Ivan Jaf e arte de Al Stefano, e Quincas Borba, adaptado por Thiago Souto.  


Para Luara Almeida, editora de Literatura Infantil e Juvenil na Via Lúdica e doutora em Literatura e Crítica Literária, a coleção Clássicos ao Quadrado nasce do desejo de manter a literatura clássica viva e pulsante entre todos os públicos. “Adaptações de clássicos em quadrinhos são uma via de mão dupla: de um lado, os leitores jovens podem começar a se interessar pelos clássicos por meio da linguagem dos quadrinhos; de outro, os leitores da literatura tradicional podem conhecer quadrinistas contemporâneos e experimentar o prazer da leitura das HQs. É muito importante que a literatura circule, que obras e autores tão importantes cheguem a cada vez mais leitores. Essa é a proposta da coleção”, explica a editora. 


Para Davi Calil, fazer uma parceria, mesmo que póstuma, com um grande escritor da literatura brasileira, como o Lima Barreto, é um dos elementos que tornam um trabalho em quadrinhos tão interessante. “Quando uma pessoa está lendo sobre o Rio de Janeiro do século XX, por exemplo, você não sabe se ela tem uma imagem de como era a cidade naquela época. E, nas HQs, o quadrinista precisa dar formas e cores para toda a história. Então, existe muito trabalho de pesquisa para criar um ambiente que seja convincente e que transporte o leitor para a atmosfera do tempo retratado”, explica Calil.  


Davi acredita que uma das suas responsabilidades como adaptador é ter muito cuidado e respeito com a obra dos escritores, para que o quadrinho possa se tornar uma porta de entrada para que leitores descubram Lima Barreto. “Às vezes, uma imagem colorida e vibrante é mais convidativa para iniciar o contato com uma narrativa. E aí o leitor, ao descobrir depois que o quadrinho que está lendo é baseado em um conto, pode despertar a vontade de ler a história original e até conhecer o autor [Lima Barreto] mais a fundo, com outras obras e até outros quadrinhos baseados em obras dele.” E até mesmo o contrário pode acontecer, quebrando estigmas de que quadrinhos estão restritos a um certo público ou idade. “Do mesmo jeito que o quadrinho pode apresentar Lima Barreto para o público, quem gosta dele e não lê quadrinho pode se arriscar e passar a consumir o formato”, conclui. 


Na CCXP, o quadrinista e ilustrador Davi Calil estará presente em uma mesa localizada na área Artist’s Valley (beco dos artistas), oferecendo autógrafos e vendendo quadrinhos de sua autoria, incluindo o lançamento O homem que sabia javanês. Considerada uma das maiores convenções de cultura pop do mundo, o evento reúne fãs e profissionais de quadrinhos, cinema, séries, videogames e literatura. O livro também estará disponível para pré- venda a partir de 04 de dezembro na página on-line da coleção “Clássicos ao Quadrado”


Sobre o conto 

O homem que sabia javanês conta a história de Castelo, um sujeito comum que, de repente, se torna uma espécie de celebridade nacional depois de se candidatar para dar aulas de javanês, mesmo sem saber nada da língua. A conversa descontraída entre Castelo e Castro, que acontece numa confeitaria do Rio de Janeiro, leva o leitor até a Biblioteca Nacional e a outros lugares que Lima Barreto adorava retratar. Com muito sarcasmo, o autor mostra como a sociedade da época se deixava enganar pela erudição de fachada e pelo encanto dos “doutores” diante de qualquer ideia estrangeira que parecesse importante. 

 

Sobre o quadrinho 

Davi Calil já tinha ouvido falar sobre o conto, mas ainda não o havia lido quando foi convidado para fazer a adaptação por Luara Almeida, editora na Via Lúdica. “Quando fui convidado para fazer esse quadrinho, li o conto três vezes logo de início e me apaixonei. Comecei a aprender mais sobre Lima Barreto, e foi quando surgiu uma grande ideia.“ Ele afirma que o conto, apesar de ter apenas sete páginas, é muito denso e termina de forma abrupta. “Mas, na adaptação em quadrinhos, como o livro seria mais longo, eu gostaria de oferecer um tipo de recompensa para o público e contribuir com algo de mim para a HQ. Foi aí que me veio a ideia de colocar o Lima Barreto na história, e só então eu aceitei o projeto, porque agora tudo fazia sentido.” 

 

Para preservar o conto, o quadrinista e a editora pensaram em fazer o prólogo e epílogo protagonizados por Lima Barreto, trazendo-o como personagem. “Isso foi essencial para criar o conflito que eu sentia que faltava no fim da história. No conto, funciona perfeitamente, mas para o volume de 60 páginas da HQ, o leitor poderia achar um fechamento muito abrupto. Esse foi um pequeno incômodo na hora de pensar na adaptação, e que se tornou um ganho a mais – é quase como se fosse um segundo protagonista, ou um antagonista para o protagonista”, relata Davi. 

 

Para caracterizar ainda mais essa separação do prólogo e do epílogo em relação ao miolo do livro, Davi teve a ideia de retratá-los em pintura guache, já que ele também é pintor. “Essa é uma técnica bastante usada em filmes, por exemplo, quando é inserida uma animação dentro do filme, e que traz a sensação de que há algo diferente acontecendo, algo que não faz parte do miolo da obra. A linguagem acabou ficando mais cinematográfica e lúdica, então o prólogo e epílogo ficaram mais poéticos e mais ‘pesados’ do que o conto em si, que é mais leve e divertido.” 

 

Outro receio que surgiu foi o de “colocar palavras na boca de Lima Barreto”. Para resolver isso, o quadrinista pensou em construir uma narrativa em que tudo que o personagem dissesse fossem palavras escritas pelo escritor enquanto vivo. “Eu pesquisei e anotei uma infinidade de frases de Lima Barreto retiradas de diários, crônicas e colunas de jornal para as quais ele escrevia e construí um quebra-cabeça mentalmente.” 

 

 

SERVIÇO 

Pré-lançamento: O homem que sabia Javanês em HQ, adaptado por Davi Calil – Editora Via Lúdica 

Data: de 04 a 07 de dezembro, quinta-feira, das 12h às 21h 

Local: CCXP São Paulo: São Paulo Expo – Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 – Vila Água Funda, São Paulo – SP 

 

Sobre o grupo editorial Multiverso das Letras 

Múltiplas possibilidades: essa é a ideia do Multiverso das Letras, um grupo editorial que une literatura e educação, dando qualquer pessoa o poder de embarcar na maior viagem que o ser humano pode fazer. Por meio da escuta ativa, o Grupo procura entender e potencializar a transformação e o desenvolvimento pessoal, tanto de leitores e estudantes quanto de educadores e gestores. 

  

Editoras e soluções educacionais e literárias do grupo: 

* Viver Editora | vivereditora.com.br 

* Editora Órbita | editoraorbita.com.br 

* MWC Editora | mwceditora.com.br 

* Editora Via Lúdica | editoravialudica.com.br 

* Cantinela Editora | cantinelaeditora.com.br 

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