Documentário sobre feminicídio homenageia as vítimas em última diária

 

No domingo (26/10), fotos das mulheres retratadas em Ela Não Volta serão projetadas em prédio no centro de São Paulo

 

Dirigido pela realizadora audiovisual Renata Sette e produzido por Rafaella Costa, da Manjericão Filmes, o longa-metragem documental Ela Não Volta encerra suas filmagens na noite deste domingo (26). Na ocasião, quem observar a empena na Rua da Consolação, altura do número 750, poderá ver fotos das jovens Mariana, Alana e Sandra, protagonistas do filme. 

 

Para esta ação reservada às memórias das mulheres foram escolhidas imagens que retratam seus momentos desde a primeira infância até a fase adulta, suas histórias, desejos e conquistas. “Ela Não Volta mostra um padrão de violência que tirou a vida delas. As fotos mostram como essas mulheres viveram", conta a diretora Renata. A projeção na lateral do edifício será capturada pelas câmeras da equipe do filme, que, por sua vez, segue em montagem.

 

A última diária de gravações será realizada com recursos a partir de contribuições feitas por meio das plataformas de financiamento coletivo Apoia-se e Catarse e conta com a parceria da rede nacional de projetistas livres, a Projetemos.

 

O filme

No quinto país com maior número de homicídios de mulheres por seus parceiros, o documentário Ela Não Voltareconstrói as histórias de Sandra, Alana e Mariana a partir dos testemunhos de seus familiares. “Quando os relatos convergem, comprova-se a existência do ciclo da violência doméstica, um padrão que mata mulheres diariamente no Brasil e no mundo quando seus sinais não são reconhecidos”, alerta a realizadora. “As famílias não conheciam o ciclo, a sociedade também não o conhece”, completa.

 

Embora as filmagens tenham sido iniciadas em 2023, a temática sensível se mostrou uma dificuldade para conseguir investimentos para a finalização do longa-metragem. Somente este ano foi possível retomar as gravações.

 

Ela Não Volta, mas nós estamos aqui

A produção segue levantando recursos para a finalização do filme. Com a conclusão das gravações, o longa-metragem retorna à fase de montagem. No entanto, para que o documentário e sua mensagem de combate ao ciclo da violência contra a mulher cheguem às telas, ele ainda precisa passar por etapas de pós-produção, como ajustes de cor e mixagem de som, além da trilha sonora.

 

Para obter investimentos para terminar a obra audiovisual, a produtora Manjericão Filmes mantém ativa, até o dia 30/11/2025, a campanha na plataforma Catarse (catarse.me/elanaovolta). É possível contribuir a partir de R$ 20. Ela não volta, mas nós continuamos aqui.