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terça-feira, 21 de outubro de 2025

Como arquitetura ajuda a reduzir o incômodo sonoro

 

Crescimento urbano, materiais inadequados e hábitos cotidianos estão entre os vilões do conforto acústico, segundo a arquiteta Natália de Souza, da ResiliArt Arquitetura

Para quem mora nos centros urbanos, o barulho, por vezes, pode ser algo constante e danoso à

saúde | Foto: Kelly Queiroz

barulho dentro de casa deixou de ser um incômodo pontual e se tornou um problema cotidiano, especialmente nas grandes cidades. O crescimento urbano e o adensamento dos bairros fizeram com que os ruídos se multiplicassem, vindos tanto de fora quanto de dentro dos próprios prédios.

Para a arquiteta Natália de Souza, à frente do escritório ResiliArt Arquitetura, essa é uma consequência direta da forma como vivemos hoje. “As cidades estão crescendo, as casas estão sendo substituídas por prédios e as pessoas estão morando cada vez mais perto umas das outras. Naturalmente, amplia-se o incômodo sonoro”, diz.

Poluição sonora e saúde

Para mostrar que barulhos constantes e em excessos não são meros problemas de incômodo, um estudo realizado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) revela que sons altos e repetitivos desencadeiam estresse crônico, o que pode incorrer em fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração e distúrbios no sono.

Com o tempo, esse desgaste se associa a problemas mais graves como hipertensão, doenças cardiovasculares, transtornos psicológicos, comprometimento cognitivo e até alterações no metabolismo.

Para isso, a arquiteta sugere alternativas para lidar com o barulho em excesso nas residências:

Janelas ajudam, mas o isolamento vai além

Para conter os ruídos externos, a arquiteta Natália de Souza gosta de substituir as esquadrias

originais por modelos com características acústicas. Ademais, ela explica que as cortinas auxiliam

tornar os ambiente da casa mais confortáveis | Foto: Divulgação

Entre as soluções mais conhecidas, as janelas acústicas aparecem como um recurso eficiente, mas não infalível. A arquiteta diz que elas diminuem muito o barulho e, mesmo não isolando totalmente, ainda assim é melhor tê-las.

Ela também enumera a incorporação de itens como vedadores de portas para reduzir a onda sonora que passa no vão inferior, além de cortinas mais encorpadas. “Modelos mais grossos auxiliam e tornam o cômodo mais aconchegante”, relata.

Materiais e revestimentos que fazem diferença

O bem-estar acústico não depende apenas das janelas e sua conquista começa desde a escolha dos materiais de construção e acabamento. Natália explica que janelas de alumínio, portas de MDF, que são ‘ocas’ por dentro, e as paredes de drywall, executadas sem o devido isolamento indicado pelos testes de performance indicados pelos fabricantes, são ávidos condutores de som. “O envidraçamento de sacadas também é um vilão nesse quesito”, enfatiza.

Dentre as soluções para reduzir o barulho ao andar estão os pisos vinílicos, que

podem substituir a madeira e o porcelanato | Foto: Freepik

Nos pisos, ela recomenda atenção redobrada, principalmente em apartamentos. Madeira, porcelanato e laminado produze, entre outras situações, o arrastar dos móveis – um grande terror para o vizinho do andar inferior. 

Segundo a profissional, os pisos vinílicos ajudam muito nessa questão, ainda mais quando estão acompanhados por tapetes, que se torna mais um canal para absorver o som e reduzir a reverberação dos espaços.

Ruído doméstico: o que dá para resolver no projeto

Na área de serviço, a arquiteta Natália de Souza sempre faz o tamponamento da máquina

e mantém os pés nivelados para evitar vibrações | Foto: Freepik

Alguns barulhos do dia a dia, como o da máquina de lavar, podem ser minimizados com medidas previstas ainda na fase de projeto. “Um planejamento bem executado leva em conta o posicionamento dos cômodos e a instalação correta dos equipamentos”, comenta Natália.

No caso dos apartamentos, que já apresentam o espaço determinado para os equipamentos domésticos, pequenos cuidados são determinantes para o bom relacionamento com a vizinhança. Entre eles, ela indica o uso de protetores para os pés de cadeira – que podem ser de feltro ou silicone, entre outros, o tamponamento da geladeira e da lava e seca.

Esse processo consiste em incluir um MDF, previsto no projeto de marcenaria, na lateral do eletrodoméstico. “É preciso reformar que deve existir um vão de respiro entre as duas partes”, adverte a arquiteta. E no caso de qualquer anomalia sonora, urge chamar um técnico especializado para averiguar o problema que ocasionou o barulho durante a operação.

Ainda sobre a lava e seca, o ajuste dos pezinhos, que podem trepidar durante o seu funcionamento, é fundamental.

E como o bom senso integra esse todo?

Nem tudo depende da arquitetura, já que parte do silêncio vem do comportamento. “Evitar usar máquina de lavar, liquidificador ou outros eletros depois das 22h é um sinal de respeito”, segue Natália.

Ela acrescenta que andar de salto nesses horários também é algo a se pensar, já que o toc toc do calçado atravessa lajes e paredes com facilidade. “Às vezes não é falta de isolamento, mas a ausência de atenção para com o próximo. O silêncio também é uma forma de convivência”, conclui a arquiteta.

Sobre ResiliArt Arquitetura

Uma equipe de arquitetos que contempla a integração entre o espaço e o indivíduo. Por meio de soluções customizadas, desenvolvem projetos a partir do diálogo e da tradução das aspirações dos clientes. Dessa maneira, exploram opções de layout que se materializam em ambientes atemporais, ao combinar tendências, personalidade e tecnologia. Os projetos podem ser concebidos e conduzidos do início ao fim pela equipe de arquitetos, desde a obra até o enxoval, com a missão de garantir comodidade, eficiência e confiança aos clientes. 

 

@resiliart_arq 

https://resiliartarquitetura.com/ | contato@resiliartarquitetura.com 

(11) 91304-2284 

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