Acabei de virar a última página de Democracia Sempre! – Ditadura Nunca Mais — e olha, foi uma experiência intensa. Cid Benjamin, ex-guerrilheiro e figura-chave da resistência armada contra o regime militar, reúne no livro memórias, fotos históricas e reflexões afiadas sobre um passado dolorido que molda nosso presente. Ele não se escora em nostalgia: conta, com a voz de quem esteve lá — como no sequestro do embaixador Elbrick — que “o Brasil moderno nasceu nesse período, com seus avanços e seus retrocessos”.
Ao longo da leitura, fiquei pensando como a democracia é sempre algo a se cuidar. Benjamin faz esse alerta direto: “Não podemos baixar a guarda. A democracia é uma construção diária, que exige vigilância constante”. E foi aí que o livro virou ponte — me levando a pensar nos nossos dias, aqui e agora.
Afinal, a gente ainda vê gente querendo reviver a aura autoritária daquele tempo. Esse negacionismo da ditadura, repleto de saudosismo, faz parte de uma corrente que insiste em relativizar as violências do regime — como já criticado amplamente por historiadores e tribunais . É assustador lembrar que figuras públicas continuam tentando suavizar esse capítulo da história.
Mas a democracia brasileira segue firme. Instituições como a Constituição de 1988, com seu duro caráter de defesa democrática, tipificam como crime qualquer tentativa de golpe contra o Estado de Direito . Mesmo com turbulências — censuras, ataques à liberdade de expressão, flertes com o autoritarismo — a sociedade resiste, lembrando que ditadura nunca mais não é frase batida, é compromisso urgente.
Lendo Benjamin, percebi que as feridas do passado não cicatrizaram: desigualdade, racismo, violência institucional... ainda estamos lidando com elas. Ele lembra que “se você sair, vai ver famílias inteiras dormindo na rua, sem garantia de alimentação. Que democracia é essa que não protege seus cidadãos mais vulneráveis?”. E lembro: a luta pela democracia não é só resistir ao autoritarismo, mas construir uma justiça que alcance todo mundo.
O livro balança entre memória e alerta. É um puxão de orelha generoso: nos lembra que a democracia exige vigilância, educação política, empatia e ação. Compará-lo com hoje é ver que, mesmo com avanços, ainda temos o dever de zelar pelo Estado de Direito — especialmente frente a ameaças sutis, que brotam da ignorância histórica ou da impaciência social.
Link do Livro:
https://www.amazon.com.br/Democracia-Sempre-Ditadura-nunca-mais/dp/655647164X
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