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terça-feira, 26 de agosto de 2025

Médico explica mastectomia em casos de câncer de mama como o de Jessie J: "Na maioria das vezes, é necessária e pode ser seguida de reconstrução"

 

A cantora Jessie J passou recentemente por uma fase delicada em sua vida pessoal após receber o diagnóstico de câncer de mama em estágio inicial. De acordo com a própria artista, o tumor já atingia cerca de 5 centímetros, o que levou os médicos a indicarem a mastectomia cirurgia de remoção da mama — como o tratamento mais seguro.

 

O que é o câncer de mama

 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), somente em 2022 mais de 2,3 milhões de mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama no mundo, e cerca de 670 mil perderam a vida por causa da doença.

 

De acordo com o cirurgião plástico Dr. Hugo Sabath, esse tipo de câncer ocorre quando células da glândula mamária sofrem alterações genéticas que fazem com que se multipliquem de forma desordenada, formando tumores.

 

> “O câncer de mama pode estar relacionado a fatores genéticos, alterações hormonais, histórico familiar e hábitos de vida. A detecção precoce é essencial porque amplia as chances de tratamentos menos invasivos e de melhores resultados”, afirma o especialista.

Quando a mastectomia é necessária

 

A decisão entre uma cirurgia conservadora, como a retirada apenas do nódulo (lumpectomia), e a mastectomia total depende de uma série de fatores. No caso de Jessie J, o tamanho do tumor em relação ao tamanho da mama tornou a retirada completa o caminho mais indicado.

 

Segundo o Dr. Sabath:

 

> “Optamos pela mastectomia quando o tumor é grande, quando há presença de mutações genéticas importantes, como BRCA1 ou BRCA2, ou em situações em que a paciente deseja reduzir os riscos futuros. É uma cirurgia que salva vidas, mas que também impacta de maneira significativa a autoestima e a imagem corporal da mulher.”

 


Reconstrução imediata ou tardia

 

Para minimizar os efeitos físicos e emocionais da retirada da mama, a reconstrução mamária pode ser realizada no mesmo ato cirúrgico ou em um segundo momento.

 

> “Sempre que possível, indicamos a reconstrução imediata, que pode ser feita com o uso de próteses de silicone ou tecidos da própria paciente. Essa abordagem permite que a mulher saia do centro cirúrgico já com a mama reconstruída, o que ajuda muito na recuperação emocional e na adaptação à nova fase da vida”, explica Dr. Sabath.

 

Em casos em que o tumor compromete a região da aréola e do mamilo, o cirurgião destaca que a reconstrução dessa área pode ser feita em etapas:

 

> “Quando precisamos retirar o complexo aréolo-papilar, muitas vezes preferimos reconstruir em um segundo momento, garantindo maior segurança oncológica e resultado estético. Ainda assim, temos avançado bastante em técnicas que permitem a reconstrução imediata, com resultados muito positivos.”

 

A importância da prótese na recuperação da autoestima

 

O especialista reforça que a reconstrução com prótese não tem apenas um papel estético, mas também psicológico:

 

> “A mama é um símbolo importante da feminilidade, e sua perda pode trazer impactos profundos na autoestima. A possibilidade de reconstrução imediata, com prótese, devolve à paciente uma sensação de integralidade, ajudando na recuperação emocional e no enfrentamento do câncer.”

 

Conclusão

 

Casos como o de Jessie J reforçam a importância do diagnóstico precoce e do acesso a tratamentos modernos que unem oncologia e cirurgia plástica. Como lembra o Dr. Hugo Sabath:

 

> “A mastectomia pode ser necessária em muitos casos, mas a reconstrução — seja imediata ou tardia — representa um passo fundamental para que a mulher recupere não apenas sua forma física, mas também sua confiança e qualidade de vida.”


Dr. Hugo Sabath

Cirurgião Plástico – CRM 131.199/SP

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