O evento recebe os advogados e ativistas Rodrigo da Cunha Pereira e Isabel Araújo, na AML, para o debate. O evento tem início às 10h e entrada gratuita
Muitas vezes, após tentativas de encontrar soluções no âmbito doméstico e do trabalho, mulheres procuram a Justiça para se proteger de relações abusivas. Contudo, ao chegar nessa instância, tornam a sofrer outras formas de violência: discriminação, desvalor da sua palavra, preconceitos e abusos outro. É para discutir essa violência advinda da justiça, que o Sábados Feministas recebe os advogados e ativistas Rodrigo da Cunha Pereira e Isabel Araújo. O evento com tema Violência contra as mulheres: a justiça que tarda e falha acontece no sábado, 6 de setembro, às 10h, na Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 – Belo Horizonte). A entrada é gratuita, com abertura dos portões às 9h30.
Rodrigo Cunha Pereira, considerado o primeiro advogado feminista do Brasil, começou sua militância muito jovem, recém-formado, em 1983, no Centro de Defesa dos Direitos da Mulher, precursor do Movimento Quem ama não mata. O advogado e Presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) comenta que “a falha e a discriminação acontece porque a Justiça ainda é masculina – 70 a 80% dos cargos ocupados na magistratura ainda é de homens – e machista”. Nesse cenário, o IBDFAM dedica-se a trabalhar pela inclusão não só das mulheres, como também dos povos indígenas, população negra, pessoas trans, pessoas com deficiência, homossexuais – por exemplo, o IBDFAM criou a expressão "casamento homoafetivo" e lutou por sua aprovação ocorrida em 2013 pelo STF –, entre outros.
“O machismo estrutural está em todos nós. A diferença está no combate, na luta diária contra o preconceito que há em cada um de nós”, afirma Rodrigo. O advogado explica que é no combate dessa estrutura que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou o "Protocolo de julgamento pela perspectiva de gênero", especialmente no Direito de Família, pelo qual deve-se levar em consideração o contexto patriarcal em que as mulheres estão inseridas.
Isabel Araújo, advogada especialista em Direito das Mulheres, atua principalmente como defensora de mulheres em situação de violência. O feminismo esteve na sua vida praticamente desde sempre, transformado de percepção da situação de desigualdade de mulheres e homens ao ativismo na área jurídica. "Ao me tornar advogada, em especial atuando em processos de júri de feminicídios, essa consciência se intensificou: incorporo a perspectiva de gênero em cada caso, buscando que o Direito seja um instrumento real de proteção e emancipação”, comenta.
A especialista em Direito das Mulheres participa da Comissão de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres da OAB-Minas, da qual é presidente. Isabel afirma que busca transformar o Direito em ferramenta de emancipação. “Nesta área, as mulheres, de maneira geral sofrem preconceito por parte de advogados, juízes etc. E se são advogadas feministas, o preconceito é ainda maior", conta a advogada.
O projeto Sábados Feministas é uma iniciativa da AML em parceria com o movimento Quem Ama Não Mata e acontece no âmbito do “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 248139)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura, e tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e setecentos médicos cooperados e colaboradores. O evento tem apoio do Esquina Santê.
SOBRE OS CONVIDADOS
Rodrigo da Cunha Pereira é advogado desde 1983 e Presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM. É Doutor e Mestre em Direito Civil. Parecerista. Autor de vários livros em Direito de Família e Psicanálise, dentre eles o Dicionário de Direito das Famílias e Sucessões-Ilustrado, que recebeu o prêmio Jabuti. É professor licenciado da PUC Minas.
Isabel Araújo Rodrigues é advogada formada pela PUC-Minas, especialista em Direito das Mulheres pela Uni Dom Bosco, e Direitos Humanos pela Escola de Formação em Direitos Humanos da Fundação João Pinheiro. É sócia do escritório Lage & Araújo Advocacia. Presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da OAB-MG e membra consultiva da Comissão Nacional de Combate à Violência Doméstica do Conselho Federal da OAB. Integrante do Comitê Gestor da Rede de Enfrentamento às Violências de Gênero contra as Mulheres e Meninas de Minas Gerais - REDE-MG.
INSTITUTO UNIMED-BH
O Instituto Unimed-BH completou 22 anos em 2025 e conta com o apoio de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente, através de projetos patrocinados em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
Acesse www.institutounimedbh.com.br e saiba mais.
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