Adolescentes e cirurgias plásticas: quando o desejo de mudar o corpo vira alerta psicológico e legal
Nos últimos anos, o número de adolescentes buscando cirurgias plásticas tem chamado atenção de médicos, psicólogos e autoridades. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), aproximadamente 10% dos procedimentos realizados no país envolvem pacientes entre 13 e 19 anos, um percentual que cresce ano a ano, impulsionado pela exposição nas redes sociais e pela pressão por padrões estéticos.
Para especialistas, a preocupação vai além da estética: envolve saúde mental, desenvolvimento físico e questões legais. Segundo Dr. Hugo Sabath, cirurgião plástico da Clínica Libria, “o adolescente ainda está em fase de desenvolvimento, física e emocionalmente. Procedimentos cirúrgicos nesse período exigem análise cuidadosa, pois podem impactar autoestima e imagem corporal de forma duradoura”.
Pressão social e influência digital
O aumento da influência de redes sociais, filtros e padrões de beleza tem intensificado o desejo de adolescentes por mudanças no corpo. “A comparação constante com celebridades e influencers cria um senso de insatisfação corporal que muitas vezes não corresponde à realidade biológica do jovem”, alerta Dr. Sabath.
Psicólogos reforçam que a cirurgia plástica não deve ser usada como forma de compensação emocional. Em muitos casos, a intervenção precoce pode mascarar transtornos de imagem corporal, como dismorfia, ansiedade e depressão.
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