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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Projeto Entre o Sucesso e a Lama promove conversas públicas sobre cultura, hip hop e transformação social no Teatro de Contêiner Mungunzá

 A iniciativa promove formação artística em hip hop para moradores da Cracolândia, promovendo inclusão social e criação de um álbum autoral com show de lançamento, encabeçado por Edi Rock


Crédito: Léo Akio 



O projeto Entre o sucesso e a lama foi criado pelo cantor e compositor Edi Rock, em parceria com o Teatro de Contêiner Mungunzá e a deputada federal Luciene Cavalcante,  para oferecer formação e aprimoramento a um grupo de MCs da região da Cracolândia, em São Paulo. E, de 20 a 27 de junho, a iniciativa promove uma série de 10 aulas públicas sobre música, arte e transformação social: a semana do Hip Hop. 

Os convidados desses encontros são grandes nomes do rap nacional e da poesia falada, além de pessoas que pesquisam música, cultura de resistência e transformação por meio da arte. Entre eles, estão Rincon Sapiência, Xis, Sharilayne, Jup do Bairro, Tássia Reis, KL Jay, Nelson Triunfo, Roberta Estrela D’Alva, Sergio Vaz, Carlos Gianazzi, Afro-X, Vinicius Santana, Dina Alves, Cidinha da Silva, Luiza Romão, Bixarte, Thiagson, Raphael Escobar, Nego Bala, e Deputado Pastor Henrique Vieira.

Os encontros têm formato de mesas de debate, em que serão discutidos os temas: “Cracolândia é cidade: educação, cultura e políticas públicas no centro da disputa”, “Da margem ao centro, do centro à margem”, “O rap, o racismo e a resistência”, “Guerra às drogas, encarceramento e violência de estado”, “Palavra é corpo: poéticas do gênero”, “Músicas negras brasileiras: conversas entre ritmos e tradições”, “Por que rimar?”, “Rap e subjetividade”, “A cultura na Cracolândia”, “O valor da convivência” e “O rap e o futuro”.

Entre o Sucesso e a Lama

O projeto "Entre o Sucesso e a Lama" propõe uma potente ação artística e social no centro da cidade de São Paulo — território que ficou historicamente conhecido como Cracolândia, marcado por altos índices de vulnerabilidade social, estigmatização e conflitos urbanos. 

Partindo da premissa de que a arte pode ser um instrumento de aprendizagem, acolhimento e transformação, o projeto busca criar oportunidades reais de desenvolvimento artístico, social e econômico para moradores da região, por meio de oficinas, formações, produção cultural e debates públicos. 

Ao longo de seis meses, a partir de março de 2025, 12 participantes — todos residentes do centro da cidade e em diferentes contextos de vulnerabilidade — mergulham em uma jornada de formação artística com foco na cultura hip hop, compreendendo oficinas de MC (com o cantor Gaspar Z’Africa Brasil), DJ (com DJ Tano), artes visuais/grafite (com Bonga Mac) e dança e postura de palco (com o dançarino Drama). 

Sob direção artística de Edi Rock e produção musical de Franja, os participantes irão gravar um álbum autoral e realizar um show de lançamento. 

Todo o processo está sendo documentado pelo cineasta Cristiano Burlan, que assina a criação de um material audiovisual que acompanhará as etapas e impactos do projeto. 

As aulas públicas têm, nesse contexto, a função de inserir na formação dos MCs discussões sobre música, política e cidadania. Valorizam a cultura já existente na Cracolândia em diálogo com a história do Hip Hop paulistano e com os temas que lhe são caros. Elas serão abertas ao grande público e a estudantes do Ensino Médio de escolas públicas, com o objetivo de fomentar o pensamento político, cultural e social em torno da arte, da cultura urbana e das políticas públicas, aproximando o público da potência transformadora do hip hop e da criação coletiva. 

"Entre o Sucesso e a Lama" é, acima de tudo, uma proposta de escuta, visibilidade e transformação — uma tentativa concreta de ressignificar relações humanas dentro de um território historicamente marginalizado, unindo arte, cultura, educação, cuidado e cidadania em prol de um futuro mais justo, inclusivo e potente.

Curadoria das mesas: Ludmila Frateschi e Marcos Felipe (Teatro de Contêiner).


Mediação das mesas: Ludmila Frateschi

Ludmila Frateschi é graduada em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Psicanalista formada pelo Instituto Sedes Sapientiae. Psicanalista clínica, supervisora e coordenadora do projeto Converse com o psicoterapeuta no Serviço de psicoterapia do Instituto de Psiquiatria HCFMUSP. Pesquisadora na área de psicologia, cultura e desenvolvimento humano, vem acompanhando os projetos culturais realizados na Cracolândia (em especial, o Teto, Trampo e Tratamento, entre 2022 e 2024, e o processo de montagem e exibições da peça Cena Ouro – Epidermia, da Cia. Mungunzá).

Marcos Felipe é ator e fundador da Cia. Mungunzá de Teatro e um dos idealizadores e gestores do Teatro de Contêiner.

Teatro de Contêiner é um espaço cultural e social situado no centro da cidade de São Paulo. Inicialmente concebido como "apenas um teatro", hoje, além das apresentações teatrais e shows, é habitado por muitas linguagens, coletivos, movimentos e grupos. O Teatro de Contêiner atua no campo expandido da cultura, sendo um espaço onde se experimentam relações mais horizontais dentro do fazer artístico e da produção cultural. É um local aberto e poroso, sempre em conexão com seu entorno. Comprometido com o bem-estar comunitário, o Teatro ressignifica as relações humanas em uma região marcada pela vulnerabilidade social, criando possibilidades de encontro.

Serviço

Entre o Sucesso e a Lama

Conversas públicas 

Quando: 18 a 27 de junho de 2025 (confira a programação abaixo)

Teatro de Contêiner Mungunzá - Rua dos Gusmões, 43 - Santa Ifigênia, São Paulo

Quanto: entrada gratuita. Reserva de ingressos via www.sympla.com.br/teatrodeconteiner e distribuição presencial 1h antes de cada conversa.

Capacidade: 99 lugares

Acessibilidade: com intérprete de Libras. Espaço acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.


Confira abaixo a programação completa:


18/6, quarta-feira

Abertura, 19h

“Cracolândia é cidade: educação, cultura e políticas públicas no centro da disputa”
com Carlos Gianazzi, Celso Gianazzi, Luciene Cavalcanti, Edi Rock e Marcos Felipe

Mesa 1, 20h

“Da margem ao centro, do centro à margem”
com Sharilayne, Nelson Triunfo, Rincon Sapiência


21/6, sábado
Mesa 2, 16h

“O rap, o racismo e a resistência”

com Xis, Vinicius Santana, Jup do Bairro


Mesa 3, 20h

“Guerra às drogas, encarceramento e violência de estado”

com Dina Alves, Nathalia Oliveira, Afro-X

22/6, domingo

Mesa 4, 16h

“Palavra é corpo: poéticas do gênero”

com Luiza Romão, Lauren Priscila, Bixarte


Mesa 5, 20h

“Músicas negras brasileiras: conversas entre ritmos e tradições”

com Thiagson, Tadeu Kaçula, Tássia Reis, Thalma de Freitas


23/6, segunda-feira

Mesa 6, 20h

“Por que rimar”

com Dexter, Sergio Vaz, Roberta Estrela D’Alva, Márcio Vidal Marinho


24/6, terça-feira

Mesa 7, 20h

“Rap e subjetividade”

com Thainá Aroca, Gaspar Z’África, Esmeralda Ortiz


25/6, quarta-feira

Mesa 8, 20h

“A cultura na Cracolândia”

com Amanda Amparo, Raphael Escobar, Nego Bala, Flávio Falcone e Ivanise Rocha


26/6, quinta-feira

Mesa 9, 20h

“O valor da convivência”

com Dep. Pastor Henrique Vieira, Sara York, Cidinha da Silva


27/6, sexta-feira

Mesa 10, 20h

“O rap e o futuro”

com KL Jay, Yago Oproprio, Clara Lima, Emicida

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