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“Cantou Gal Costa: ‘É preciso estar atento e forte’, mas é só ao conhecer o perigo que se pode proteger dele, daí a importância deste livro de Daniela Bonafé. Neste ano, o golpe civil militar
assombrando as instituições brasileiras. Manter viva a memória das mulheres que lutaram contra a ditadura, é uma
forma potente de inspirar as novas gerações e resgatar o valor pago pela liberdade de que gozamos no presente”
Monique Bonomini, no prefácio do livro
O novo livro da escritora paulistana Daniela Bonafé, "
Com 13 capítulos e 50 mulheres
Tanto o prefácio quanto os posfácios, assinados por Monique Bonomini, Amelinha Teles e Mell Renault, respectivamente, exaltam o mergulho de pesquisa e estudos da autora no tema, além do cuidado e seriedade empregados em cada um dos textos que resgata a memória dessas mulheres assassinadas. O texto de orelha é assinado por Júnia Paixão.
Daniela assume que temas como mulher, violência e opressão sempre estiveram entre os seus objetos de estudo. Para o livro, resolveu ir ainda mais a fundo e confessa que seu enlace tão visceral com o tema provocou desgastes físicos e emocionais. “Precisei me preparar durante a juventude para encarar o que eu precisava ler, para agora, já mais madura, saber lidar melhor com a pesquisa sobre a barbárie e tudo o que ela moveu em mim”.
50 mulheres retratadas ao longo de textos híbridos
Para cada uma das 50 mulheres retratadas na obra, Daniela dedica um texto, geralmente curto, e explora diferentes linguagens, conferindo à obra um caráter híbrido. “Rosas de Chumbo é minha primeira extrapolação, onde faço livres bricolagens e exploro as misturas entre poesia, crônica, diário, recorte de notícia, conto, música e texto teatral”, explica, além de implicar uma conversa com textos de outras autorias, como Bertolt Brecht, Wisława Szymborska, entre outros.
Ao diversificar a forma, a autora singulariza também cada uma das retratadas. Daniela escolhe com delicadeza a quem dedica uma canção ou um haicai. Há ainda o valor simbólico em individualizar essas vítimas se contrapondo a métodos de tortura e violência que
Ensino, escrita e militância: a fusão dos mundos
Daniela Bonafé, nascida em 1981 em São Paulo, é professora e possui uma formação acadêmica diversificada. Graduada em Artes Cênicas e Pedagogia, tem várias pós-graduações, incluindo Teatro, Tecnologias Assistivas, Gestão Escolar e Educação Digital. Atua na educação desde 2005, tendo lecionado na rede municipal e, atualmente, na rede particular, além de formar docentes em Arte Educação e Educação em Direitos Humanos.
Estreou no mundo literário em 2020 com Soprinho, Brisa, Ventania e Tufão (Editora Fantasy Books), e de lá para cá são nove livros publicados, com dois traduzidos para o espanhol e inglês, e pelo menos cinco prêmios ou menções honrosas às suas obras. Faz parte também do Coletivo Escreviventes e atua como articuladora do Mulherio das Letras SP.
Habituada a escrever poesia, contos e literatura para o público infantil e juvenil, “Rosas de Chumbo” torna-se um divisor de águas na carreira da autora paulista. A escritora confessa que gostou da experiência, mas admite ter sido mais difícil que as anteriores. “Talvez por carregar essa alma de poeta, eu seja concisa demais e a prosa pede palavras que eu sempre julgo excessivas”, admite, mas faz a ressalva: “Esse romance me veio como um chacoalhão, fui tomada por ele”.
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