Especialista destaca a relação entre a doença e alterações dermatológicas, reforçando a necessidade de atenção redobrada à saúde da pele | |
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No próximo dia 26 de junho, o Brasil celebra o Dia Nacional do Diabetes, uma data dedicada à conscientização sobre essa condição crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Além das já conhecidas complicações cardiovasculares, renais e oftalmológicas, o diabetes também impacta diretamente a saúde da pele, muitas vezes sendo um dos primeiros sinais de alerta da doença. Segundo o Dr. José Roberto Fraga Filho, dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Diretor Clínico do Instituto Fraga de Dermatologia, as alterações cutâneas estão entre os efeitos mais frequentes do diabetes, justamente porque a doença provoca desequilíbrios importantes em diversas funções do organismo. “A diabetes é caracterizada por níveis elevados de açúcar no sangue, o que compromete a microcirculação, enfraquece o sistema imunológico, causa desidratação e afeta a sensibilidade da pele devido à lesão nos nervos periféricos”, explica o médico. Como a pele é o maior órgão do corpo humano, qualquer alteração tende a se tornar perceptível mais rapidamente. Entre os problemas mais comuns estão o ressecamento, infecções fúngicas e bacterianas recorrentes, dificuldade na cicatrização, manchas escurecidas em dobras como pescoço e axilas, e alterações de sensibilidade, especialmente nos pés. Dr. Fraga Filho destaca que, quando lesões não cicatrizam — especialmente nos pés —, é preciso acender um sinal de alerta. “A combinação de má circulação e baixa imunidade facilita a entrada de bactérias e pode resultar em infecções graves, com risco inclusive de amputações em casos extremos”, alerta. Os cuidados diários com a pele devem ser incorporados à rotina dos pacientes diabéticos. O especialista recomenda: · Banhos rápidos com água morna; · Uso de sabonetes suaves, sem álcool e sem fragrância; · Hidratação após o banho com cremes espessos (como os à base de vaselina); · Secagem cuidadosa das dobras e entre os dedos; · Atenção redobrada ao corte das unhas dos pés; · Evitar o uso de calçados apertados. Durante o inverno, os cuidados devem ser intensificados, já que a tendência a banhos mais quentes pode aumentar o ressecamento e comprometer a barreira de proteção da pele. Outro ponto crucial é o autoexame da pele, que deve ser feito com frequência. Caso surjam manchas, infecções recorrentes ou feridas que não cicatrizam, é fundamental procurar um dermatologista. “O maior erro que vejo é o paciente negligenciar sinais importantes e acreditar que as complicações não acontecerão com ele. O acompanhamento multidisciplinar com endocrinologista e dermatologista é essencial para um tratamento eficaz”, reforça o Dr. Fraga Filho. Neste Dia Nacional do Diabetes, o especialista deixa uma mensagem clara: “As alterações na pele podem ser o primeiro sinal de que algo não vai bem. O diagnóstico precoce e o cuidado contínuo com a saúde são fundamentais para prevenir complicações e garantir qualidade de vida.” Fonte: Médico dermatologista, membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, fundador e Diretor Clínico do Instituto Fraga de Dermatologia. Foto: Freepik |
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