Com a proximidade do inverno, que começa oficialmente no dia 20 de junho, não é apenas o guarda-roupa que muda: a casa também pode (e deve) acompanhar o ritmo mais introspectivo da estação. Segundo o Feng Shui, técnica milenar chinesa que busca harmonizar os ambientes a partir da relação entre o ser humano, o espaço e a natureza, o inverno representa o momento de desacelerar, conservar energia e cuidar do interior – do lar e de si. As arquitetas Belisa Mitsuse (Bel) e Estefânia Gamez (Tef), especialistas em Feng Shui e sócias do BTliê Arquitetura, explicam que, para além da estética, a técnica considera as estações do ano como parte essencial dos ciclos naturais da vida e propõe pequenas mudanças nos espaços a cada transição.
“No Feng Shui, o inverno é regido pelo elemento água e nos convida à introspecção, ao recolhimento e ao silêncio. É como o momento em que a árvore solta suas folhas para conservar energia e se preparar para florescer na primavera”, explica Belisa. Segundo a arquiteta, esse recomeço torna a época ideal para fazer um verdadeiro ‘detox’ no lar — desapegar do que não serve mais e criar espaço para o novo. “Na prática, isso significa liberar gavetas, doar objetos sem uso, eliminar excessos e reparar ou descartar aquilo que está quebrado”, complementa Estefânia.
Depois do detox, a casa está pronta para ganhar uma renovação na decoração - e isso pode ser feito a partir de pequenas mudanças: as arquitetas indicam renovar mantas e almofadas, incluir tapetes felpudos, usar cortinas mais espessas e apostar em luzes indiretas e quentes, como abajures e velas. “Cores terrosas, como ocre, marrom e bordô, transmitem sensação de acolhimento e podem ser usadas na decoração”, afirma Belisa.
Os banheiros também merecem atenção especial por serem locais de forte dispersão energética, segundo as arquitetas. As dicas incluem: manter a tampa do vaso sanitário sempre fechada, consertar vazamentos e incluir plantas que purifiquem o ar, como o lírio da paz.
Cuidar da casa é cuidar de si
O inverno também é uma estação que convida à interiorização — e isso se reflete na forma como nos relacionamos com o espaço onde vivemos. “Mais do que mudar a decoração, o Feng Shui propõe uma reconexão com o lar. A casa vira um espelho do nosso estado interno. Quando ela está organizada e acolhedora, nós também nos sentimos assim”, comenta Bel.
As arquitetas destacam ainda que, seja com uma manta nova no sofá ou um banho quente em um banheiro revitalizado, o importante é lembrar que o ambiente pode ser um poderoso recurso de apoio emocional — e, com atenção e cuidado, cada cantinho da casa pode se tornar um refúgio contra o frio externo e interno.
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