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quinta-feira, 19 de junho de 2025

1 em 31: A Importância do Diagnóstico e da Inclusão do Autista Adulto

 

No dia 18 de junho, o mundo celebra o Dia do Orgulho Autista, uma data criada por pessoas autistas para pessoas autistas. Mais do que um marco simbólico, esse é um lembrete urgente: milhões de adultos ainda não sabem que estão no espectro. Vivem exaustos, incompreendidos e tentando se encaixar em padrões sociais que nunca foram feitos para eles.

Segundo os dados mais recentes dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC)1 em cada 31 indivíduos está dentro do Transtorno do
Espectro Autista (TEA).


Mas, como reforça o neurologista Dr. Matheus Trilico, referência no diagnóstico e tratamento de adultos autistas, esse número pode ser ainda maior quando se trata de homens e mulheres que só recebem o diagnóstico na vida adulta ou nunca recebem.

“Muitos adultos passaram a vida ouvindo que eram ‘esquisitos’, ‘frios’ ou ‘intensos demais’. A verdade é que foram invisibilizados. Quando o diagnóstico vem, é como ligar a luz de um quarto onde a pessoa morou por anos no escuro”, ressalta o médico.

E os impactos disso vão muito além do emocional. Estudos mostram que adultos autistas não diagnosticados têm maior risco de desenvolver ansiedade, depressão e burnout, justamente por não entenderem o motivo de tanto desgaste em situações sociais, profissionais ou afetivas.

O cansaço não vem do autismo, vem da tentativa constante de camuflá-lo.


Autismo não tem cara, idade ou estereótipo
O orgulho autista não é sobre exaltar o sofrimento, mas sobre reconhecer uma identidade. É o direito de existir sem pedir desculpas. De trabalhar com as devidas adaptações, de se relacionar sem pressões sociais, de dizer “eu sou assim” e isso não precisa ser consertado.

“O orgulho autista é um movimento de pertencimento. Não é sobre celebrar diagnósticos, mas sobre celebrar pessoas. Pessoas reais, diversas, potentes, que merecem espaço em todos os lugares sem precisar se esconder atrás de máscaras sociais”, afirma o Dr. Matheus.

Inclusão e tratamento: caminhos para uma vida plena
Garantir a inclusão dos adultos autistas passa por promover ambientes acessíveis e acolhedores, seja no trabalho, na família ou na sociedade em geral.

Como destaca o Dr. Matheus Trilico: “A inclusão começa quando paramos de esperar que o autista mude para caber no mundo e começamos a mudar o mundo para caber o autista”.

Entre as estratégias para apoiar essa inclusão, estão adaptações no ambiente de trabalho, como flexibilização de horários, espaços com menos estímulos sensoriais e comunicação clara  e o estímulo ao autocuidado e autoconhecimento.
No campo do tratamento, o neurologista aponta algumas abordagens eficazes para adultos:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC), para ajudar no manejo da ansiedade e desenvolver habilidades sociais;
  • Apoio psicológico contínuo, que respeite a singularidade de cada pessoa;
  • Grupos de apoio e comunidades autistas, que favorecem o pertencimento e o compartilhamento de experiências;
  • Quando indicado, acompanhamento médico para sintomas associados como ansiedade e depressão.

O tratamento não tem o objetivo de “curar” o autismo, mas de promover qualidade de vida, autonomia e bem-estar.

Sobre o Dr. Matheus Trilico
Dr. Matheus Luis Castelan Trilico - CRM 35805PR, RQE 24818.

  • Médico pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA);
  • Neurologista com residência médica pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR);
  • Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pelo HC-UFPR
  • Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista

Mais artigos sobre TEA e TDAH em adultos podem ser vistos no portal do neurologista: https://blog.matheustriliconeurologia.com.br/


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