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quinta-feira, 24 de abril de 2025

59% dos trabalhadores precisarão de requalificação até 2030, projeta Fórum Econômico Mundial

 


Relatório do Fórum Econômico Mundial indica que serão criadas 78 milhões de novas vagas de emprego até 2030, mas mais da metade dos trabalhadores precisará se adaptar

O Fórum Econômico Mundial publicou um relatório no início deste ano chamado Future of Jobs Report 2025 que trouxe diversas previsões sobre o futuro do trabalho. A expectativa é que, até 2030, sejam criados 170 milhões de novos empregos, enquanto 92 milhões tendem a se esvair, gerando um saldo de 78 milhões de novas vagas. Estima-se que, para se adaptar a este novo cenário, 59% da força de trabalho precisará de requalificação. O estudo trouxe ainda diversos outros insights, principalmente relacionados à Tecnologia, que revelam as tendências para os próximos anos. 

Impulsionadas pelo acesso digital ampliado e pelo avanço da inteligência artificial, assim como pela tecnologia e sustentabilidade, algumas profissões dentro da área de TI tendem a crescer, como os especialistas em big data, engenheiros e desenvolvedores de IA e aprendizado de máquina. Profissionais de saúde, como enfermeiros e cuidadores, e professores universitários também se destacam, enquanto assistentes administrativos, caixas, operadores, atendentes de telemarketing e bancários tendem a ser substituídos, principalmente devido à automação da inteligência artificial. 

“A inteligência artificial está trazendo uma nova dinâmica para o mercado de trabalho. Ela acelera as mudanças no perfil dos empregados, nas habilidades e qualificações necessárias para se estar no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, será cada vez mais utilizada para automatizar tarefas repetitivas, eliminando algumas funções operacionais. A tecnologia oferece oportunidades únicas de trabalhar na vanguarda da inovação, resolver problemas complexos em escala global e influenciar positivamente diversos setores, como saúde, educação, finanças e entretenimento”, comenta Ana Letícia Lucca, CRO da Escola da Nuvem, uma organização social sem fins lucrativos focada em capacitar e empregar pessoas em situação de vulnerabilidade social para carreiras em Tecnologia e Computação em Nuvem.  

Segundo o estudo, o domínio emocional também será um destaque importante dentre as habilidades interpessoais, principalmente características como pensamento analítico, criatividade, resiliência, flexibilidade e agilidade. Para se adaptar a essas novas demandas, não só os profissionais terão que se qualificar, como também as empresas precisarão executar mudanças para atrair e reter os talentos. Segundo o Fórum Econômico Mundial, 89% das empresas investirão na requalificação dos funcionários, enquanto 64% também focarão na saúde e bem-estar dos colaboradores. 

O estudo ISG Provider Lens™ Future of Work – Services and Solutions 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, mostrou que as empresas de Tecnologia têm investido em programas de desenvolvimento profissional e bem-estar dos empregados, com iniciativas que promovem a saúde física e mental dos trabalhadores. Uma das estratégias usadas é fazer parcerias com universidades e laboratórios de inovação, pensando na preparação e capacitação dos profissionais. 

“As empresas podem e precisam entender as necessidades dos funcionários se quiserem retê-los. É menos trabalhoso e oneroso treinar profissionais que já estão na organização e já conhecem a rotina dela do que dispensá-los para contratar profissionais que já conquistaram melhores qualificações. Essa é uma atitude estratégica e de valorização ao trabalhador. E então, quando a empresa precisar ir ao mercado encontrar pessoas, ela poderá fazer isso por meio de parcerias com organizações e institutos voltados à capacitação técnica e comportamental na área de Tecnologia”, comenta Ana Letícia.

Outra tendência apontada pelo Future of Jobs Report 2025 foi a presença, acima da média mundial, de empresas brasileiras com iniciativas de Diversidade e Inclusão. No país, o número de organizações que têm como prioridade a D&I chega a 92%, enquanto no mundo este número atinge 83%. “A diversificação das fontes de talentos é essencial para garantir uma força de trabalho preparada e sustentável no longo prazo. O mercado de tecnologia precisa se abrir para formar novos profissionais e investir no desenvolvimento de talentos em estágio inicial de carreira. Isso inclui a criação de programas de treinamento, estágios e parcerias com organizações que trabalham com grupos sub-representados e em situação de vulnerabilidade, como a Escola da Nuvem”, acrescenta a especialista. 

Ainda de acordo com o estudo ISG Provider Lens™ Future of Work – Services and Solutions 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, o futuro do trabalho será híbrido, colaborativo, conectado, autônomo, inteligente, seguro e sustentável, sendo moldado por uma combinação de fatores tecnológicos, econômicos e sociais. Segundo o relatório, o engajamento dos trabalhadores e a democratização da tecnologia são essenciais para o sucesso das organizações, mesmo diante de possíveis restrições orçamentárias. 

“Ao investir na formação de novos profissionais e ampliar as oportunidades para perfis diversos, como LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, pessoas negras, indígenas e mulheres, as empresas poderão não apenas preencher suas necessidades de curto prazo, mas também construir um pipeline de talentos que alimentará o crescimento da indústria nos próximos anos. É importante haver uma colaboração entre empresas, governos e organizações da sociedade civil para criar um ecossistema inclusivo e sustentável de tecnologia, beneficiando pessoas em situação de vulnerabilidade e promovendo um crescimento econômico mais equitativo”, finaliza Ana.


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