Relatório do Fórum Econômico Mundial indica que serão criadas 78 milhões de novas vagas de emprego até 2030, mas mais da metade dos trabalhadores precisará se adaptar
O Fórum Econômico Mundial publicou um relatório no início deste ano chamado Future of Jobs Report 2025 que trouxe diversas previsões sobre o futuro do trabalho. A expectativa é que, até 2030, sejam criados 170 milhões de novos empregos, enquanto 92 milhões tendem a se esvair, gerando um saldo de 78 milhões de novas vagas. Estima-se que, para se adaptar a este novo cenário, 59% da força de trabalho precisará de requalificação. O estudo trouxe ainda diversos outros insights, principalmente relacionados à Tecnologia, que revelam as tendências para os próximos anos.
Impulsionadas pelo acesso digital ampliado e pelo avanço da inteligência artificial, assim como pela tecnologia e sustentabilidade, algumas profissões dentro da área de TI tendem a crescer, como os especialistas em big data, engenheiros e desenvolvedores de IA e aprendizado de máquina. Profissionais de saúde, como enfermeiros e cuidadores, e professores universitários também se destacam, enquanto assistentes administrativos, caixas, operadores, atendentes de telemarketing e bancários tendem a ser substituídos, principalmente devido à automação da inteligência artificial.
“A inteligência artificial está trazendo uma nova dinâmica para o mercado de trabalho. Ela acelera as mudanças no perfil dos empregados, nas habilidades e qualificações necessárias para se estar no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, será cada vez mais utilizada para automatizar tarefas repetitivas, eliminando algumas funções operacionais. A tecnologia oferece oportunidades únicas de trabalhar na vanguarda da inovação, resolver problemas complexos em escala global e influenciar positivamente diversos setores, como saúde, educação, finanças e entretenimento”, comenta Ana Letícia Lucca, CRO da Escola da Nuvem, uma organização social sem fins lucrativos focada em capacitar e empregar pessoas em situação de vulnerabilidade social para carreiras em Tecnologia e Computação em Nuvem.
Segundo o estudo, o domínio emocional também será um destaque importante dentre as habilidades interpessoais, principalmente características como pensamento analítico, criatividade, resiliência, flexibilidade e agilidade. Para se adaptar a essas novas demandas, não só os profissionais terão que se qualificar, como também as empresas precisarão executar mudanças para atrair e reter os talentos. Segundo o Fórum Econômico Mundial, 89% das empresas investirão na requalificação dos funcionários, enquanto 64% também focarão na saúde e bem-estar dos colaboradores.
O estudo ISG Provider Lens™ Future of Work – Services and Solutions 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, mostrou que as empresas de Tecnologia têm investido em programas de desenvolvimento profissional e bem-estar dos empregados, com iniciativas que promovem a saúde física e mental dos trabalhadores. Uma das estratégias usadas é fazer parcerias com universidades e laboratórios de inovação, pensando na preparação e capacitação dos profissionais.
“As empresas podem e precisam entender as necessidades dos funcionários se quiserem retê-los. É menos trabalhoso e oneroso treinar profissionais que já estão na organização e já conhecem a rotina dela do que dispensá-los para contratar profissionais que já conquistaram melhores qualificações. Essa é uma atitude estratégica e de valorização ao trabalhador. E então, quando a empresa precisar ir ao mercado encontrar pessoas, ela poderá fazer isso por meio de parcerias com organizações e institutos voltados à capacitação técnica e comportamental na área de Tecnologia”, comenta Ana Letícia.
Outra tendência apontada pelo Future of Jobs Report 2025 foi a presença, acima da média mundial, de empresas brasileiras com iniciativas de Diversidade e Inclusão. No país, o número de organizações que têm como prioridade a D&I chega a 92%, enquanto no mundo este número atinge 83%. “A diversificação das fontes de talentos é essencial para garantir uma força de trabalho preparada e sustentável no longo prazo. O mercado de tecnologia precisa se abrir para formar novos profissionais e investir no desenvolvimento de talentos em estágio inicial de carreira. Isso inclui a criação de programas de treinamento, estágios e parcerias com organizações que trabalham com grupos sub-representados e em situação de vulnerabilidade, como a Escola da Nuvem”, acrescenta a especialista.
Ainda de acordo com o estudo ISG Provider Lens™ Future of Work – Services and Solutions 2024 para o Brasil, produzido e distribuído pela TGT ISG, o futuro do trabalho será híbrido, colaborativo, conectado, autônomo, inteligente, seguro e sustentável, sendo moldado por uma combinação de fatores tecnológicos, econômicos e sociais. Segundo o relatório, o engajamento dos trabalhadores e a democratização da tecnologia são essenciais para o sucesso das organizações, mesmo diante de possíveis restrições orçamentárias.
“Ao investir na formação de novos profissionais e ampliar as oportunidades para perfis diversos, como LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, pessoas negras, indígenas e mulheres, as empresas poderão não apenas preencher suas necessidades de curto prazo, mas também construir um pipeline de talentos que alimentará o crescimento da indústria nos próximos anos. É importante haver uma colaboração entre empresas, governos e organizações da sociedade civil para criar um ecossistema inclusivo e sustentável de tecnologia, beneficiando pessoas em situação de vulnerabilidade e promovendo um crescimento econômico mais equitativo”, finaliza Ana.
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