O Dia Internacional da Mulher é um momento oportuno para refletirmos sobre como podemos criar ambientes mais inclusivos e igualitários
Em meio às celebrações do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, torna-se essencial discutir a presença feminina em diversas profissões, especialmente em áreas historicamente dominadas por homens. A medicina legal e a perícia médica são exemplos disso. Embora a participação das mulheres na medicina brasileira tenha aumentado significativamente nas últimas décadas, sua presença na perícia médica ainda é reduzida.
De acordo com a "Demografia Médica no Brasil 2023", em 2022, as mulheres representavam 48,6% dos médicos do país, com projeção de ultrapassarem os 50% em 2024, tornando-se maioria na profissão. No entanto, na especialidade de medicina legal e perícia médica, a realidade é diferente: dos 2.292 médicos legistas titulados em 2022, apenas 26% eram mulheres, enquanto os homens correspondiam a 74%. Além disso, há uma distribuição geográfica desigual desses especialistas, com maior concentração na Região Sudeste (47%) e menor na Região Norte (5,8%).
Para Caroline Daitx, especialista em medicina legal e perícia médica, esses números evidenciam a necessidade de políticas voltadas à equidade de gênero e à renovação geracional na área. "O crescimento da presença feminina na medicina é um avanço notável, mas a baixa representatividade na perícia médica revela desafios estruturais que precisam ser enfrentados. O Dia Internacional da Mulher é um momento oportuno para refletirmos sobre como podemos criar ambientes mais inclusivos e igualitários, garantindo condições justas de trabalho e oportunidades de crescimento para as mulheres na perícia médica", afirma.
A especialidade em questão desempenha um papel fundamental na sociedade, atuando na interface entre a saúde e o direito, em áreas como investigação criminal, avaliação de danos físicos e mentais, e emissão de laudos técnicos. A baixa participação feminina pode estar relacionada a barreiras institucionais, falta de incentivos específicos e até mesmo desafios culturais que dificultam o ingresso e a permanência das mulheres nesse campo.
Daitx ressalta que o reconhecimento das profissionais que atuam na perícia médica é essencial para inspirar novas gerações de médicas a seguirem esse caminho. "Mais do que uma celebração, o Dia Internacional da Mulher deve ser um momento de debate e ações para eliminar obstáculos e construir um futuro em que homens e mulheres tenham igualdade de oportunidades em todas as áreas da medicina", conclui.
Fonte: Caroline Daitx: médica especialista em medicina legal e perícia médica. Possui residência em Medicina Legal e Perícia Médica pela Universidade de São Paulo (USP). Atuou como médica concursada na polícia científica do Paraná e foi diretora científica da Associação dos Médicos Legistas do Paraná. Pós-graduada em gestão da qualidade e segurança do paciente. Atua como médica perita particular e promove cursos para médicos sobre medicina legal e perícia médica.
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