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quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Pela primeira vez, designer amazonense leva ancestralidade indígena para o São Paulo Fashion Week

 


Mauricio Duarte, amazonense do povo indígena Kaixana, estreou sua marca homônima de roupas em desfile digital no São Paulo Week, no último domingo, dia 20 de novembro. O estilista levou ao maior evento de moda da América Latina, um conceito de moda sustentável com peças fluidas e sem gênero. Residente em São Paulo desde 2016, Mauricio busca representar em seus trabalhos as suas raízes originárias amazônicas, em especial do povo Kaixana. Na coleção, apresentada no São Paulo Fashion Week, xilogravuras que resgatam memórias da infância do estilista foram o destaque principal das peças.



“Participar do São Paulo Fashion é a realização de mais um sonho e significa também entender que nós povos indígenas merecemos estar em todos os lugares. Ontem foi um dia muito memorável, eu estava com muitos parentes, de todos os povos, e nós estávamos ali demarcando aquele lugar. Esses lugares são nossos por direito”, declara Mauricio.Criado em uma família de artesãos, a coleção é uma homenagem aos rios e igarapés do munícipio de Manacapuru, onde nasceu a avó de Mauricio, e tem o intuito de valorizar a biodiversidade e a riqueza cultural da Amazônia.
Para o desfile digital, as peças foram apresentadas em um fashion film (assista aqui), produzido com apoio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), gravado em Manaus. A produção remonta às lembranças e vivências amazônicas da criação do estilista, assim como a importância e os impactos dos saberes ancestrais dos povos indígenas. Além de Manaus, a gravação do filme também aconteceu na comunidade ribeirinha Tumbira e na aldeia indígena Inhãa-Bé.




“Falar sobre o Amazonas, falar sobre minha avó, sobre os povos indígenas e ribeirinhos, e o nosso pertencimento na preservação da floresta é muito importante. Ser o primeiro estilista indígena manauara amazonense a estar em uma semana de moda precisa ser uma força para que a gente entenda a importância que temos quanto artistas, amazonenses e ativistas do movimento que a gente ocupa”, finaliza o estilista.
A apresentação também contou a exposição fotográfica “Igarapé”, de Bruno Barreto, e com as performances ao vivo dos músicos Kaê Guajajara, Nando Montenegro, Marcelo Nakamura e Thomé.

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