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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Fadiga cognitiva aumenta no fim do ano e neuropsicóloga explica por que o “cansaço mental” se intensifica em dezembro

 


Com a chegada de dezembro, a sensação de esgotamento mental parece atingir grande parte da população. Aumento das demandas profissionais, fechamento de ciclos, excesso de compromissos sociais e a pressão por entregar tudo antes do recesso contribuem para o que especialistas chamam de fadiga cognitiva — um estado de sobrecarga mental que compromete atenção, memória, organização e regulação emocional.

Segundo a neuropsicóloga Aline Graffiette, é comum que o volume de queixas aumente justamente nas últimas semanas do ano.

“O cérebro tem um limite de processamento. Quando acumulamos muitas tarefas, decisões e responsabilidades, especialmente em um curto espaço de tempo, entramos em uma sobrecarga cognitiva. É por isso que, em dezembro, as pessoas relatam mais lapsos de memória, irritabilidade, dificuldade de foco e sensação de ‘cabeça cheia’”, explica.

A especialista destaca que o fenômeno é resultado direto do estilo de vida contemporâneo, marcado pela multitarefa e pela pressão constante por produtividade. “Passamos o ano inteiro funcionando no modo acelerado e, quando o fim do ano chega, existe uma cobrança interna e externa para ‘fechar tudo’, o que aumenta ainda mais a exigência sobre o nosso sistema executivo — a parte do cérebro responsável por planejamento, tomada de decisões, priorização e controle emocional”, afirma.

Aline Graffiette também lembra que a fadiga cognitiva não é apenas mental, mas afeta o corpo como um todo. “Quando o cérebro está exausto, todo o organismo sente. O sono fica prejudicado, a ansiedade aumenta, e tarefas simples parecem mais difíceis. Não é falta de competência — é fisiologia. O cérebro precisa de pausas para reorganizar informações e recuperar energia”, diz.

De acordo com a neuropsicóloga, o fim do ano ainda reúne fatores emocionais que intensificam o cansaço: balanços pessoais, expectativas para o próximo ciclo e pressões sociais relacionadas a encontros familiares e festividades.

“Muitas pessoas chegam a dezembro com a sensação de que precisam dar conta de múltiplos papéis ao mesmo tempo. É um período que combina demandas práticas com cargas emocionais, e isso contribui para o esgotamento”, observa.

Para minimizar os efeitos da fadiga cognitiva, Aline recomenda estratégias simples, mas eficazes: pausas programadas, organização das tarefas por prioridade, redução do excesso de estímulos e, principalmente, momentos de descanso real.

“O cérebro não se recupera enquanto continua recebendo estímulos. A pausa verdadeira — longe do celular, do trabalho e das cobranças — é essencial para restaurar a energia mental. Entrar em janeiro mais equilibrado depende das escolhas que fazemos em dezembro”, reforça.

A expectativa é que, com maior conscientização sobre o tema, pessoas e empresas adotem práticas mais saudáveis na reta final do ano, prevenindo o esgotamento e favorecendo um início de ciclo mais leve e produtivo.

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