Práticas equivocadas em emergências podem agravar acidentes em casa; especialista alerta sobre cuidados essenciais e o momento certo de buscar socorro
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Acidentes domésticos fazem parte do cotidiano de muitas famílias e estão entre as principais causas de emergência em lares brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as lesões acidentais figuram entre as maiores causas de morte e incapacitação no mundo, especialmente em ambientes residenciais e urbanos.
De acordo com o médico Felippe Scorsioni, cirurgião digestivo no Hospital Regional de Assis, gerenciado pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”) em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o tempo de resposta e a forma correta de agir são decisivos para evitar complicações graves. “Quedas, cortes profundos, queimaduras, choques elétricos e engasgos exigem atenção imediata e podem colocar a vida em risco quando não recebem o manejo adequado”, alerta.
O especialista destaca que o SAMU (192) deve ser acionado em situações críticas, como dificuldade respiratória, sangramento incontrolável, perda de consciência, convulsões prolongadas, suspeita de fraturas graves ou lesões na coluna. “Nessas situações, cada minuto conta. A ligação rápida para o socorro pode fazer toda a diferença”, reforça.
Saiba o que fazer em cada caso
Antes de agir, é fundamental conhecer quais condutas são realmente eficazes e quais práticas devem ser evitadas. Muitas vezes, atitudes bem-intencionadas acabam agravando o quadro da vítima. Por isso, o médico detalha as orientações corretas para os principais tipos de acidentes domésticos:
Quedas e fraturas:
Manter a vítima imóvel.
Imobilizar o membro na posição em que se encontra.
Nunca tentar “encaixar” o osso, pois isso pode agravar a lesão.
Cortes profundos:
Aplicar pressão contínua com pano limpo por pelo menos 10 minutos.
Elevar o membro acima da altura do peito.
Se o sangramento não cessar ou for pulsátil, acionar o SAMU.
Desmaios:
Nunca jogar água no rosto da vítima.
Deitar a pessoa em local ventilado.
Elevar as pernas e checar respiração e pulso.
Convulsões:
Proteger a cabeça e afastar objetos próximos.
Jamais colocar algo na boca da vítima.
Se a crise durar mais de 5 minutos ou for a primeira ocorrência, chamar o SAMU.
Engasgos:
Em adultos e crianças maiores: realizar a manobra de Heimlich.
Em bebês: aplicar tapas firmes nas costas, alternando com compressões torácicas suaves.
Nunca introduzir o dedo na boca da criança às cegas.
Queimaduras:
Resfriar a área com água corrente por 10 a 20 minutos.
Cobrir a região com pano limpo.
Jamais aplicar pasta de dente, manteiga ou outros produtos caseiros.
Procurar atendimento imediato em casos extensos ou em áreas sensíveis, como rosto e pescoço.
Parada cardiorrespiratória:
Identificar inconsciência, ausência de respiração normal e falta de pulso.
Acionar o SAMU imediatamente.
Iniciar compressões torácicas sem demora.
Intoxicações domésticas:
Nunca induzir o vômito nem oferecer água ou leite.
Identificar o produto ingerido.
Acionar o SAMU ou o CIATox (0800 722 6001).
Choque elétrico:
Desligar a fonte de energia antes de tocar na vítima.
Se não for possível, afastar o fio com objeto seco e não condutor (madeira ou plástico).
Só então avaliar a vítima.
Dr. Scorsioni faz um alerta a muitos mitos perigosos relacionados a primeiros socorros e que muita gente ainda persiste em fazer: “essas práticas, além de ineficazes, podem agravar o quadro da vítima e atrasar o atendimento adequado”, reforça o médico.
O especialista recomenda ter em casa apenas itens básicos para fazer os primeiros socorros: gaze estéril, ataduras, luvas descartáveis, tesoura sem ponta, soro fisiológico, termômetro, antisséptico e analgésico simples.
“A automedicação deve ser evitada, já que pode mascarar sintomas e atrasar o diagnóstico”, acrescenta.
Destaca também que treinamento em primeiros socorros é uma medida simples e de grande impacto. “Minutos fazem a diferença entre a vida e a morte. Pessoas capacitadas conseguem reconhecer sinais de parada cardiorrespiratória, iniciar manobras corretas e evitar erros que podem custar caro”, conclui o cirurgião.
Serviços úteis:
SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência): 192
Corpo de Bombeiros: 193
Polícia Militar: 190
Defesa Civil: 199
Disque Intoxicação - CIATox: 0800 722 6001
Sobre o CEJAM
O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Barueri, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Ribeirão Preto, Lins, Assis, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), tendo conquistado, em 2025, a certificação Great Place to Work. O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.
No ano de 2025, a organização lança a campanha "365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade", reforçando seu compromisso com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).
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