Especialista do Sírio-Libanês afirma que exame de sangue PSA é dos mais eficientes para identificar alterações na próstata
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São Paulo, novembro de 2025 - O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no Brasil, de acordo como Instituto Nacional de Câncer (INCA)[1], mas o principal desafio ainda é o atraso no diagnóstico. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)[2] aponta que apenas 32% dos homens acima de 40 anos dizem se preocupar com a própria saúde e 46% só procuram um médico quando sentem algum sintoma. O índice sobe para 58% entre os pacientes do SUS. O problema é que, no câncer de próstata, os sinais costumam surgir apenas em estágios avançados. “Quando o homem sente alguma coisa, normalmente o tumor já está avançado, por isso é preciso que seja descoberto antes dos sintomas”, alerta o urologista Anuar Ibrahim Mitre, do Sírio-Libanês.
A resistência em procurar atendimento preventivo, muitas vezes por medo ou vergonha do exame de toque, contrasta com o comportamento feminino. Enquanto mulheres realizam check-ups regulares por conta dos cânceres de mama e colo do útero, grande parte dos homens ainda adia a ida ao consultório. “Tem muita gente que pensa ‘quem procura, acha’. Mas se achar, melhor que seja cedo, porque hoje a maioria dos casos é curável, sem prejudicar a continência urinária ou potência sexual”, explica o especialista.
Segundo Anuar, o exame de sangue que identifica alterações na próstata - conhecido pela sigla PSA -, é um dos marcadores tumorais mais eficientes da medicina e pode levar a exames complementares como a ressonância multiparamétrica e biópsias guiadas com alta precisão. “Graças a esses recursos, casos avançados são cada vez mais raros na rede privada”, diz. Para ele, embora uma parcela dos homens esteja mais consciente, ainda há um grande grupo que só procura ajuda quando sente dor: “é aí que mora o perigo”, completa.
Anuar reforça ainda que, mesmo em de metástase - quando se espalha do seu local original para outras partes do corpo -, os avanços terapêuticos têm permitido sobrevida de 12 a 14 anos, com o uso de terapias hormonais, imunoterapias, radioterapia moderna e cirurgias minimamente invasivas.
No entanto, o impacto desses tratamentos em estágios avançados ainda pode ser expressivo. “O tratamento de doença avançada compromete a massa muscular, ossos, potência sexual e até autoestima. Por isso, insistimos tanto no diagnóstico precoce. Não é apenas sobre viver, é sobre viver bem e com qualidade”, conclui o urologista.
Bancário vence câncer graças a um simples exame de rotina
Foi por acaso, e por responsabilidade, que o bancário Altair Gallassi, hoje com 59 anos, descobriu um câncer de próstata ainda no início. Com pouco mais de 40 anos, durante um check-up exigido pela empresa onde trabalhava, um exame de PSA apontou uma leve alteração. “Não era nada alarmante”, disse o médico na época. Mas o sinal ficou. E Altair decidiu repetir o acompanhamento ano após ano.
O hábito, que muitos homens evitam por tabu ou descuido, foi o que salvou sua vida. Anos depois, já aos 53, uma ressonância revelou um “pontinho suspeito”. O primeiro susto veio quando ele abriu o laudo, sozinho, minutos antes de entrar em uma reunião. Embora desconfiasse, mais tarde, pediu para a sua filha, Ana Beatriz, – na época, estudante de medicina - interpretar o resultado. “Ela tentou e até conseguiu manter o tom técnico, mas eu percebi. Meu mundo desabou”, lembra.
No dia seguinte, veio a confirmação do urologista: câncer de próstata. A recomendação médica foi rápida: cirurgia robótica. “Eu só perguntei onde estava o robô mais moderno”, conta, rindo. “O médico respondeu: ‘Não se preocupe com o robô, se preocupe com quem vai estar atrás dele’. E era ele [Dr. Anuar]. Confiei”, recorda Gallassi.
A cirurgia foi um sucesso e, em poucos dias, Altair estava em casa. Quinze dias depois, voltou ao trabalho. Mas o maior impacto veio depois e não foi físico, mas emocional. Gallassi mudou o ritmo de vida, fundou uma empresa de assessoria financeira com amigos e hoje só trabalha com o que gosta e no seu ritmo “Sou dono do meu tempo”. Durante o período, também morou por cerca de três anos em Assunção, capital do Paraguai. “Lá, o assunto ainda é tabu. Não conversamos sobre isso entre amigos”, conta.
Hoje, Altair resume a principal lição que carrega da experiência. “O maior tabu não é o exame. É o medo de saber. Pior do que enfrentar uma incontinência ou uma dificuldade sexual, é enfrentar a morte. Ou viver sofrendo por não ter cuidado a tempo”.
E deixa um recado para outros homens: “Prevenção é para viver o ‘antes’. Tratamento é para garantir o ‘depois’. O pós é viver, e viver bem. Portanto, se cuide para poder continuar vivendo”, finaliza.
Sobre o Sírio-Libanês
A Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, instituição filantrópica que completou 100 anos em 2021, atua diariamente para oferecer e compartilhar com a sociedade uma assistência médico-hospitalar de excelência, com atendimento humanizado e individualizado em mais de 60 especialidades. Desde 2007, é reconhecida pela Joint Commission International (JCI), principal órgão mundial em qualidade e segurança hospitalar, e é a única instituição no Brasil a possuir também a acreditação da JCI em Atenção Primária à Saúde.
Por meio da Faculdade Sírio-Libanês, contribui para a formação de profissionais de saúde éticos e preparados para atuar com base em boas práticas, além de fomentar o desenvolvimento científico com estudos e pesquisas nacionais e internacionais. A instituição oferece graduação, pós-graduação lato sensu e stricto sensu, residências médicas e multiprofissionais, cursos de atualização, estágios, seminários e reuniões científicas.
O Sírio-Libanês foi pioneiro na criação de programas de Saúde Populacional, que reúnem empresas, operadoras e equipes de Atenção Primária no cuidado contínuo e qualificado, apoiando a gestão do benefício do plano de saúde e promovendo qualidade de vida e produtividade. Atualmente, está presente com dois hospitais e cinco unidades em São Paulo e Brasília. Saiba mais em nosso site: Link
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