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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Inspirada em Conceição Evaristo, antologia “Escrevivências Maternas” dá voz às múltiplas maternidades

 

Obra organizada pelo coletivo Mães que Escrevem apresenta 37 textos baseados no conceito de "escrevivência" de Conceição Evaristo, celebrando a narrativa real e afetiva das experiências maternas


Após oito anos de estrada, o projeto Mães que Escrevem concretiza um de seus maiores sonhos: a primeira coletânea impressa, intitulada “Escrevivências Maternas”. A obra é fruto do II Concurso Escrevivências Maternas – 2025 e reúne textos de 37 autoras, incluindo as três vencedoras e uma menção honrosa. Com organização da fundadora do projeto, Jo Melo, a antologia é um marco que simboliza a missão do coletivo de criar um espaço de pertencimento e dar voz às múltiplas realidades da maternidade.


A obra adota o conceito de “escrevivência”, cunhado pela escritora Conceição Evaristo, como fio condutor. A técnica valoriza narrativas pessoais e coletivas, utilizando uma linguagem afetiva e identitária para explorar as vivências maternas longe dos clichês. Os textos, divididos em capítulos como “O renascimento”, “A travessia do cuidar” e “A rede de apoio”, abordam temas como luto, maternidade atípica, solidão, autocobrança, alegrias cotidianas e a força da mulher-mãe. “A escrita me salva todos os dias. Enquanto escrevo, algo se transforma. A mente se aquieta, e eu entro em estado de êxtase”, compartilha Jo no texto de abertura, destacando a escrita como refúgio e ato de resistência.


Com mais de 150 inscrições, o concurso bateu um recorde de participação, refletindo a necessidade de mães e gestantes de compartilharem suas histórias. Os textos com as maiores notas foram selecionados para o livro. “Tive vontade de publicar todos os textos, mas seguimos com calma, ocupando espaços e levando as vozes maternas para além dos muros que tentam nos limitar”, relata a organizadora. As notas para os textos do concurso foram dadas por um júri composto por Querubina Aurélio, Débora Porto, Karoline Miranda e Monique Bonomini, todas mulheres com experiência em escrita e maternagem.


Através de relatos crus e poéticos, as autoras mostram a importância de compartilhar as dificuldades para quebrar o isolamento. A obra também apresenta a maternidade como uma jornada de transformação profunda, um renascimento para a mulher. “Representa uma realização e o reconhecimento do trabalho de todas as mulheres que participaram e apoiaram o nosso trabalho ao longo dos anos”, completa Jo sobre a importância da publicação para o Mães que Escrevem. 


O projeto gráfico e a diagramação foram realizados de forma voluntária pela designer Thaila Nagazawa, e a capa é uma criação da colagista digital Crys Castro. A impressão de 100 cópias da obra foi patrocinada pela Fábrica do Livro e a divulgação em imprensa conta com apoio da com.tato - curadoria de comunicação.


Sobre a organizadora


Jo Melo (Joice Souza Melo, 37 anos) é jornalista, escritora, mãe e fundadora da revista Mães que Escrevem, projeto de empreendedorismo social criado em 2017 para oferecer rede de apoio e acolhimento através da escrita. Graduada em Letras, é mestranda em Estudos Linguísticos pela UNIFESP e possui pós-graduação em Marketing Digital e Jornalismo Digital. Diagnosticada como autista na idade adulta, possui hiperfoco em escrita e linguagens. É Imortal da Academia Mundial de Letras da Humanidade, autora premiada no VII Prêmio Talentos Helvéticos-Brasileiros na Suíça e finalista do Prêmio Mulheres Positivas. Publicou os livros “Os Cinco Sentidos” (Patuá, 2024) e “Hipérboles” (Viseu, 2022), além de diversas antologias.


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