O CONJURER evoluiu radicalmente desde o lançamento do álbum de estreia, Mire (2018), e com o segundo trabalho, Páthos (2022), passou a ser celebrada como um dos nomes mais empolgantes do metal britânico. Mesmo com indicações a prêmios e inúmeros elogios, o quarteto manteve uma missão simples: fazer música pesada e se divertir no processo. Em vez de usar os holofotes para pautar política ou opinião, a banda preferiu evidenciar técnica e musicalidade, vivendo o presente e abraçando tudo o que vinha pelo caminho.
Em meio à turbulência de consolidar uma nova identidade como banda, Unself traz também uma jornada de descoberta mais intensa e pessoal para o vocalista/guitarrista Dani Nightingale. Diagnosticado com autismo aos 31 anos, sua autopercepção — e a forma como entendia seu lugar no mundo — começou a se desfazer. Unself registra muito do processo de reconstrução após o diagnóstico, junto com a compreensão de sua identidade não binária.
Esses retratos de processamento e auto-realização acontecem contra o pano de fundo de uma sociedade que ruma a passos largos para uma distopia capitalista apática; encontrar terreno firme tem sido um desafio para muitos de nós — e a CONJURER mergulha de cabeça na exploração desses novos parâmetros sociais sufocantes.
Ao longo das nove faixas de Unself, a CONJURER entrega a sonoridade pós-metal intensa e serpenteante que a consagrou, mas afrouxa a necessidade de preencher cada segundo com aniquilação sonora. Em vez disso, a banda passou a usar melhor os espaços, oferecendo respiros que tornam os momentos pesados ainda mais impactantes.
Uma abordagem mais direta e orgânica de composição foi possível graças aos laços cada vez mais fortes dentro do grupo e ao ambiente de apoio criado pelo produtor Joe Clayton. Diferentemente das experiências anteriores, dessa vez a banda se deu mais tempo: sessões de pré-produção bem cuidadas, seguidas por um período de gravação estendido, para fazer jus ao material criado. Ao podar excessos de trabalhos anteriores para evidenciar a solidez das composições, conquistaram mais clareza e dinâmica. Aos ouvidos da própria banda, o clima, o cerne das letras e a música estão mais alinhados do que nunca.
Este álbum é o som de quatro indivíduos vivendo com mais propósito e, como consequência, criando com mais propósito. Em Unself, eles estendem a mão para oferecer comunidade, catarse e conexão. O CONJURER permanece fiel à missão original — seguem se divertindo, fazendo música pesada e interessante —, mas agora essa música está impregnada da força que nasce de se abrirem uns aos outros, primeiro dentro da banda e, agora, para além dela.
CONJURER é: Brady Deeprose | guitarras, vocais Dani Nightingale | guitarras, vocais Conor Marshall | baixo Noah See | bateriaCONJURER online: https://www.facebook.com/conjureruk https://x.com/ConjurerUK https://www.instagram.com/conjureruk https://www.conjureruk.com |
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