Manter práticas diárias de bem-estar é mais do que um luxo — é uma necessidade para viver com mais saúde e qualidade de vida
A ideia de que cuidar de si mesmo é algo secundário ou reservado para momentos de folga está ultrapassada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o autocuidado como a capacidade que indivíduos, famílias e comunidades têm de promover a saúde, prevenir doenças e lidar com enfermidades, com ou sem o auxílio direto de um profissional.
De acordo com a entidade, o autocuidado abrange desde ações simples do cotidiano — como manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e adotar boa higiene — até a busca ativa por informações de saúde e o uso consciente de medicamentos.
“O autocuidado é um conjunto de atitudes cotidianas que, quando incorporadas à rotina, têm impacto direto na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar”, explica o reumatologista Carlos Eugênio Parolini, da Unimed Araxá. “Muitas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e até problemas reumatológicos, podem ser prevenidas ou ter seu curso amenizado quando o paciente adota hábitos saudáveis”, destaca.
Equilíbrio entre corpo, mente e espírito
Autocuidar-se, segundo a OMS, é também um ato de autonomia. É quando a pessoa decide, de forma consciente, como quer viver. Essa decisão exige equilíbrio entre quatro dimensões: física, emocional, social e espiritual.
“O grande desafio do autocuidado está na constância. Não se trata de algo para fazer quando sobra tempo, mas sim algo para o qual precisamos criar espaço diariamente”, observa Parolini. “Quando a pessoa se prioriza, ela não só cuida do corpo, mas também fortalece sua saúde mental e emocional”.
Veja como pequenas atitudes no dia a dia podem contribuir para esse equilíbrio:
Autocuidado físico:
* Alongar-se ao acordar e beber água antes do café da manhã;
* Caminhar ao ar livre e praticar atividade física;
* Respirar conscientemente por alguns minutos ao longo do dia;
* Ter uma alimentação variada, com menos alimentos industrializados;
* Praticar atividades integrativas, como yoga, tai chi ou lian gong.
Autocuidado emocional:
* Falar abertamente sobre sentimentos com alguém de confiança;
* Dizer “não” sem culpa;
* Praticar o perdão e a gratidão;
* Celebrar pequenas conquistas e cultivar boas memórias.
Autocuidado social:
* Praticar gentileza e generosidade;
* Enviar mensagens de carinho e demonstrar apreço às pessoas próximas;
* Participar de grupos e comunidades com valores alinhados aos seus;
* Ouvir com atenção e acolher elogios com naturalidade;
* Reservar tempo de qualidade com a família.
Autocuidado espiritual:
* Orar, meditar ou contemplar a natureza;
* Conectar-se com algo maior que si mesmo;
* Investir em autoconhecimento e reflexão;
* Buscar sentido para a vida e ler sobre espiritualidade.
Prevenção
O autocuidado também é uma forma eficaz de prevenção. A chamada prevenção primária envolve escolhas de estilo de vida que evitam o aparecimento de doenças. Já a prevenção secundária foca no diagnóstico precoce. Por fim, a prevenção terciária visa reduzir complicações de condições crônicas e melhorar a qualidade de vida do paciente. “Em todas essas fases, o autocuidado é determinante. Pacientes que assumem um papel ativo em sua saúde tendem a ter melhores desfechos clínicos, menor uso de medicamentos e menos internações”, afirma Parolini. “Cuidar de si é um ato de amor-próprio e de inteligência. É a base para envelhecer com dignidade, autonomia e plenitude”, finaliza o médico.
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