
Fotos de Julia Lego
Prepare-se para o lançamento mais inusitado do ano. Chega aos palcos “A Autoestima do Homem Hétero”, um espetáculo que promete revolucionar o imaginário coletivo com uma pergunta provocadora: e se fosse possível encapsular a inabalável confiança dos homens héteros e oferecê-la, em forma de pílula, às mulheres?
Idealizado, escrito e protagonizado por Amanda Mirásci, com direção de Martha Nowill, o monólogo é uma sátira afiada sobre as relações afetivas, a construção da autoestima e os comportamentos masculinos que a sociedade ainda naturaliza.
No centro da história está Carina, uma farmacêutica que desenvolveu um medicamento revolucionário: a autoestima do homem hétero em cápsulas. Em uma noite decisiva — o lançamento oficial do produto — Carina apresenta ao público os componentes desta fórmula milagrosa, reencenando situações hilárias e dando vida aos homens que serviram de “matéria-prima” para sua criação.
Cada componente do remédio foi inspirado em um “tipo” masculino que Carina encontrou ao longo do caminho: o cara do violão, que nunca perde a chance de se exibir com seu imenso repertório de cinco músicas; o sujeito da caixa de som, que domina a praia como se fosse o DJ residente do mundo; o match do Tinder que, mesmo longe dos padrões de beleza, exige mulheres sem celulite; e tantos outros homens héteros de autoestima inflada que acabaram virando objeto de estudo dessa inusitada pesquisa.
À medida que apresenta os efeitos e os testes da fórmula, Carina também revela suas próprias vulnerabilidades: dilemas familiares, traumas afetivos e a incômoda presença da "síndrome da impostora", que ameaça sabotá-la a cada passo. Para ganhar autoconfiança, ela decide tomar sua própria invenção — que promete revolucionar o mundo. Mas ninguém estava preparado para as consequências… nem ela própria!
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“A peça surgiu da minha vida real. Das minhas relações, das histórias das minhas amigas, da minha irmã… Situações que parecem pontuais, mas que, ao serem compartilhadas, revelam um padrão. O cara que explica o que você acabou de dizer, o pai que acha que ‘ajudar’ na criação dos filhos é um favor, o homem que se sente o máximo só por existir”, comenta Amanda Mirásci.
“Transformar essas experiências em teatro foi uma forma de ressignificá-las. Escolhi o humor porque acredito que rir é uma das maneiras mais poderosas — e acessíveis — de provocar reflexão. Apesar da leveza, o espetáculo mergulha em algo profundo: essa ‘autoestima’ masculina, aparentemente inabalável, é um modelo de confiança que se sustenta no afastamento do próprio eu e que, por isso, pode ser extremamente tóxico. As mulheres, por outro lado, têm percorrido um caminho muito mais corajoso e honesto. Estamos anos-luz à frente quando o assunto é consciência emocional. O espetáculo é, acima de tudo, um convite ao empoderamento feminino — não pela imitação, mas pela valorização da nossa forma própria de existir: mais conectada, mais vulnerável, mais verdadeira — e, por isso mesmo, mais potente.”
“Apesar do título, A Autoestima do Homem Hétero não é um espetáculo só para mulheres. Os homens estão convidados — de verdade — a rir de si mesmos e, quem sabe, repensar atitudes. Porque se a gente quer mesmo mudar alguma coisa, eles precisam estar nessa conversa também”, conclui Amanda.
A diretora Martha Nowill reforça que incluir os homens no debate é essencial: “O que estamos criando é uma peça muito divertida e agregadora. Não é uma peça agressiva que vai constranger os homens. Muito pelo contrário, vamos fazer eles se enxergarem e falarem sobre si mesmos”.
Em cena, Amanda interpreta sozinha uma série de figuras distintas: “Temos muitos personagens na peça, e a Amanda dá vida a todos eles. O que estamos buscando é, a partir das ferramentas da própria atriz, extrair o que há de mais simbólico em cada construção cênica. Como traduzir isso no corpo dela? Quando é a Amanda e quando é o pensamento do outro? Como fazer com que ela assuma tantas identidades de forma clara, compreensível, sem que se torne uma confusão? Estamos trabalhando esse corpo, essa voz, essa escuta e essa compreensão profunda.”
Sinopse
É noite de lançamento da invenção farmacêutica mais ousada da década: a autoestima do homem hétero, sintetizada em pílulas. Carina, a criadora da fórmula, revela ao público os componentes do medicamento, reencenando situações hilárias e dando vida aos personagens masculinos que serviram de “matéria-prima” para sua criação que promete revolucionar o mundo. O problema é que ninguém estava preparado para as consequências… nem ela própria!
Sobre Amanda Mirásci
Atriz e dramaturga, foi indicada aos prêmios Cesgranrio e APTR por Uma Vida Boa, de Rafael Primot. Atuou também em Mansa, Inútil a Chuva (Armazém Cia. de Teatro), O Branco dos Seus Olhos, entre outros. No cinema, está em Todo Clichê do Amor. Na TV, integrou elencos de A Lei do Amor, Cara e Coragem e Garota do Momento, da TV Globo, e da série Ringue, do Canal Brasil.
Sobre Martha Nowill
Diretora, atriz e roteirista, atua no teatro, cinema e televisão desde os 18 anos. É formada em Cinema pela FAAP e Teatro pela Escola Célia Helena. Assina roteiros e colaborações para revistas como Piauí, TPM, Bazaar, Vogue, Carta Capital e Folha de S.Paulo. Seu trabalho mais recente nos palcos é Pagú – Até Onde Chega a Sonda, que também idealizou e protagonizou.
Ficha Técnica
Idealização, Texto e Atuação: Amanda Mirásci
Direção: Martha Nowill
Colaboração Dramatúrgica: Bruna Trindade e Martha Nowill
Assistência de Direção: Iuri Saraiva
Direção de Movimento: Julianne Trevisol
Direção de Arte: Luiza Mitidieri
Visagismo: Isabella Oliveira
Trilha Sonora: Aline Meyer
Luz: Júnior Docini
Preparação Vocal: Verônica Machado
Direção de Produção: Marlene Salgado
Design Gráfico: Harú Estúdio Criativo
Fotos: Julia Lego
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Produção Associada: Amanda Mirásci e Marlene Salgado
Realização: Arrakasta Produções Artísticas
Serviço
Espetáculo: A Autoestima do Homem Hétero
Temporada: 5 de julho a 30 de agosto
Local: Teatro UOL
Dias e Horários: sábados às 22h
Ingressos: setor A: R$ 100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia) - setor B: R$ 80,00 (inteira) / R$ 40,00 (meia)
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 60 minutos
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