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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Aliado ou vilão? Chocolate pode afetar o fígado, o intestino e até o humor

 

Na Páscoa, quando cresce o consumo de chocolate, especialista explicam os efeitos do alimento no organismo e orientam como fazer escolhas mais saudáveis

Imagem Freepik

Com a chegada da Páscoa, aumenta o consumo de chocolate e também as dúvidas sobre seus efeitos na saúde. A boa notícia é que, com moderação e escolhas conscientes, o chocolate, especialmente o amargo, pode integrar uma alimentação equilibrada. O alerta vai para os excessos, que impactam diretamente o fígado, o intestino e até o bem-estar mental.


“O chocolate ativa o sistema de recompensa do cérebro, liberando serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados à sensação de prazer. Isso pode levar ao consumo exagerado, especialmente de chocolates ao leite e brancos, que têm alta carga de açúcar e gordura”, explica Gustavo Patury, cirurgião do aparelho digestivo da Rede D’Or.


Além de favorecer o ganho de peso, o consumo excessivo pode piorar sintomas gastrointestinais. “Chocolate em excesso pode causar estufamento, náusea, refluxo, distensão abdominal e até diarreia. Em pessoas com gastrite, ele também estimula a secreção ácida do estômago, agravando quadros como gastrite erosiva e úlcera”, complementa o médico.


Outro ponto de atenção é o impacto emocional. “Grandes quantidades de chocolate podem desencadear compulsão alimentar, com perda de controle sobre a ingestão”, alerta Patury.


Chocolate amargo: menos açúcar, mais benefícios


Na contramão dos industrializados com alto teor de açúcar, o chocolate amargo, com 70% ou mais de cacau, é rico em antioxidantes e polifenóis, substâncias com efeito anti-inflamatório e protetor, especialmente para o fígado e o sistema cardiovascular.


“Estudos apontam que, em pequenas quantidades diárias, o chocolate amargo pode contribuir na prevenção da esteatose hepática, já que pode reduzir processos inflamatórios, além de ajudar na prevenção de doenças metabólicas”, afirma Bianca Della Guardia, hepatologista e coordenadora clínica do Transplante de Fígado da Rede D’Or.


A esteatose hepática, conhecida como gordura no fígado, afeta cerca de 30% da população mundial e pode evoluir para quadros mais graves, como cirrose e câncer hepático, se não for tratada. Segundo a especialista, o diagnóstico precoce e mudanças no estilo de vida são essenciais. “Estudos mostram que a perda de mais de 10% do peso corporal pode reverter o quadro inflamatório e até a fibrose”, explica.


A especialista destaca que é fundamental estar atento ao tipo de chocolate consumido. “Quanto menor a porcentagem de cacau, maior a presença de leite, açúcar e gorduras saturadas. Versões são mais calóricas, como ao leite e chocolate branco, podem contribuir para o ganho de peso e o descontrole metabólico, fatores diretamente relacionados ao agravamento da esteatose hepática”.


Consumo consciente faz diferença


Para aproveitar os benefícios do chocolate sem comprometer a saúde, os especialistas recomendam:


  • Preferir chocolates com mais de 70% de cacau;
  • Evitar os mais processados e açucarados, como o chocolate branco e ao leite;
  • Consumir com moderação – cerca de 30 a 40g por dia;
  • Mastigar devagar;
  • Combinar o consumo com frutas para aumentar a saciedade;
  • Redobrar os cuidados se fizer uso de medicações emagrecedoras ou tiver realizado cirurgia bariátrica, já que o excesso de açúcar pode causar efeitos como o dumping (mal-estar com sensação de desmaio).


“O chocolate não precisa ser cortado da rotina, mas deve ser consumido com consciência. Pequenas escolhas, como optar por versões com mais cacau e evitar exageros, podem ter grande impacto na saúde”, finaliza Gustavo Patury.


Sobre a Rede D’Or


Maior rede integrada de cuidados em saúde no Brasil, com presença em 13 estados brasileiros e no Distrito Federal, a Rede D’Or tem foco em atendimento humanizado, qualificação da equipe, adoção de novas tecnologias, sendo referência em gestão hospitalar e na prestação de serviços médicos.


Fundada em 1977, no Rio de Janeiro, a Rede D’Or conta com 79 hospitais, 55 clínicas oncológicas, serviços complementares, e investe em inovação e pesquisa clínica, por meio do IDOR – Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.

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