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sábado, 13 de dezembro de 2025

Seis décadas depois de marcar o skyline paulistano, o Edifício Itália volta ao protagonismo e se torna ícone da revitalização do Centro de São Paulo

 A chegada de 25 mil novos negócios, o avanço dos retrofits em prédios históricos e o aumento de ações culturais reconectam a capital ao seu coração

A região central de São Paulo, que por muitos anos conviveu com abandono, degradação urbana e problemas de segurança pública, atualmente vive um de seus ciclos mais vibrantes: o retorno das pessoas, empresas e atividades culturais a um território pulsante e ativo. Impulsionada por novos negócios, projetos de segurança, retrofit de prédios históricos e ações de ativação urbana, essa reocupação reposiciona o Centro como foco da vida paulistana.

Entre 2021 e 2024, o centro de São Paulo registrou a abertura de 64 mil empresas, sendo 25 mil novos negócios. Iniciativas de requalificação urbana, como o programa Todos Pelo Centro, impulsionaram o retrofit de 30 edifícios históricos, trazendo vida nova a prédios antes subutilizados. Somam-se a isso novas políticas de segurança e habitação, além de ações culturais como o Natal Iluminado, que ajudou a reocupar praças, ruas e espaços públicos, ampliando a circulação de pessoas, reforçando a vitalidade econômica da região e consolidando a percepção da retomada do Centro.

É nesse contexto que o Edifício Itália se destaca como protagonista. O momento atual coincide com o processo de restauro, que preservará as características originais da fachada, dos brises-soleil e dos elementos modernistas do edifício, com o compromisso de manter o prédio vivo, funcional e alinhado às exigências contemporâneas de segurança, sustentabilidade e conforto. Assim, o Itália não apenas resiste ao tempo, mas se reinventa.

Sua reocupação tornou-se um símbolo desse movimento ao atrair marcas que dialogam com essa nova fase da cidade, como LAB MR e Melina Romano, The S Bar, Boom SP Design, Pitá Arquitetura, Teto Móveis e Metro Arquitetura, entre outras empresas de diferentes perfis e portes. Todas elas encontraram no edifício uma rara combinação de história, localização e relevância simbólica. Empresas da economia criativa, estúdios de arquitetura, negócios digitais e profissionais independentes voltaram a olhar para o Centro como território estratégico, não só por sua localização, mas por sua diversidade cultural e identidade urbana.

Há 60 anos, quando o Edifício Itália foi inaugurado, São Paulo vivia um momento de otimismo nas artes, na arquitetura e no urbanismo. Arranha-céus ganhavam as alturas, a cidade se verticalizava e a comunidade italiana deixava sua marca definitiva no horizonte. Hoje, ao completar seis décadas, volta ao foco como símbolo da revitalização contemporânea do Centro.

O edifício que nasceu como símbolo da modernidade paulistana nos anos 1960 agora personifica uma nova fase, mais plural, criativa e conectada com as tendências urbanas atuais. Sua ocupação renovada reforça a percepção de que o Centro volta a ser um espaço de convivência, identidade e oportunidades.

Se no século XX o Edifício Itália simbolizou a São Paulo que queria se verticalizar, no século XXI ele representa a São Paulo que quer se reconectar com suas ruas, seus edifícios, seus habitantes, sua história e sua vocação criativa. É um ícone que permanece, se adapta e inspira justamente no momento em que a cidade volta seu olhar para o lugar onde tudo começou.

Para quem quiser se aprofundar na história do arranha-céu, a KPMO Cultura e Arte, publicou em 2020, o livro “Edifício Itália” que percorre a formação da comunidade italiana em São Paulo, o concurso de projetos e todo o processo de construção até a inauguração. Como ressalta o Prof. Dr. Paulo Bruna na orelha da publicação, é “um excelente livro sobre o Centro Novo de São Paulo, examinado sob todos os aspectos: social, urbanístico, legal e arquitetônico”.

 

Editora: KPMO Cultura e Arte
Textos: Anat Falbel e Keila Prado Costa
Orelha: Paulo Bruna
Prefácio: José Eduardo de Assis Lefèvre
Direção de arte e pesquisa iconográfica: Marcello de Oliveira
Ano: 2020
Número de páginas: 176
Medidas: 23×28 cm


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