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quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Síndrome de Boreout: quando o tédio no trabalho adoece

 



Neuropsicóloga Aline Graffiette alerta para os riscos da desmotivação crônica no ambiente corporativo

Pouco conhecida fora dos círculos especializados, a Síndrome de Boreout, também chamada de síndrome do tédio, representa um problema crescente no mundo do trabalho moderno. O termo, cunhado pelos pesquisadores Philippe Rothlin e Peter Weder em 2007, descreve um estado crônico de desmotivação, desinteresse e subutilização das competências profissionais — um quadro que pode evoluir para ansiedade, depressão e perda de produtividade.

De acordo com a neuropsicóloga e CEO da Mental One, Aline Graffiette, a síndrome é o oposto do Burnout. “Enquanto o Burnout é resultado do excesso de trabalho, o Boreout surge pela falta de estímulo, pela ausência de desafios e de propósito. O colaborador não sente que suas habilidades estão sendo aproveitadas e, com isso, perde o engajamento, a autoestima e até a saúde mental”, explica.

Entre os sintomas mais comuns estão apatia, sensação de inutilidade, baixa autoestima, estresse, problemas de sono, fadiga e irritabilidade. Esses sinais muitas vezes passam despercebidos ou são confundidos com falta de interesse do profissional, quando na verdade revelam um desequilíbrio que exige atenção.

Para Aline, combater o Boreout exige ação em duas frentes: individual e organizacional.

“Do ponto de vista do colaborador, é essencial buscar ajuda profissional, repensar caminhos de carreira e investir em atividades que tragam estímulo e satisfação. Já as empresas precisam criar ambientes mais desafiadores e dinâmicos, com feedbacks constantes, reconhecimento e oportunidades reais de crescimento”, aponta.

A especialista reforça que, assim como o Burnout, o Boreout não pode ser ignorado. “Estamos falando de uma síndrome que compromete não apenas a saúde mental, mas também a capacidade de inovação e retenção de talentos nas organizações. Reconhecer os sinais e agir de forma preventiva é fundamental”, conclui.


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