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quinta-feira, 5 de junho de 2025

Falsa pejotização ou novo modelo de trabalho?

 


O que sua empresa precisa saber para não cair em armadilhas e proteger o seu negócio

O mundo do trabalho mudou muito nos últimos anos. A velocidade das transformações digitais e a busca constante por eficiência levaram empresários a repensar suas formas de contratar. Nesse cenário, nem sempre fica claro onde termina a flexibilidade de um contrato por Pessoa Jurídica (PJ) e onde começa o risco de uma relação de emprego disfarçada. Antes de adotar esse modelo, é fundamental entender todas as nuances legais para evitar problemas.

A advogada trabalhista patronal Juliana Stacechen explica que a “pejotização” legítima está amparada em leis e regulamentações que permitem a contratação de serviços especializados, geralmente sem vínculo empregatício. No entanto, quando a contratação mascara obrigações típicas de emprego — como subordinação direta, horário fixo e exclusividade — surge a chamada “falsa pejotização”. E é neste ponto que a Justiça do Trabalho costuma agir, pois, para fins legais, o profissional continua tendo direitos de um empregado se a relação se enquadrar nos critérios previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Para quem gere uma empresa, o perigo está em desconsiderar esses critérios. Exigir que o prestador de serviços se reporte exclusivamente a um gestor, cumpra jornadas fixas ou esteja completamente integrado à rotina interna são sinais de subordinação. Em casos assim, o judiciário pode reconhecer o vínculo trabalhista, cobrando encargos e indenizações retroativas. “Muitos empresários ainda desconhecem que as autoridades fiscais e trabalhistas estão cada vez mais atentas a essa prática”, pontua Juliana.

O caminho para evitar autuações e passivos é simples: documentar a relação comercial de forma clara, limitando tarefas e horários pré-estabelecidos, além de não exercer poder disciplinar direto sobre o prestador. A Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) trouxe maior segurança à terceirização e contratação de PJs, mas não eliminou a necessidade de observar os princípios elementares da legislação trabalhista. Segundo Juliana, “a melhor dica é sempre consultar um advogado especializado em Direito do Trabalho Patronal, garantindo que a parceria seja desenhada de forma transparente”.

Para muitos negócios, o trabalho PJ representa economia e adaptabilidade, mas, sem o devido cuidado, transforma-se em uma armadilha financeira. Estar atento à linha tênue que separa a contratação flexível e legal de uma relação de emprego encoberta é, portanto, essencial para preservar a saúde da empresa e manter a conformidade com as regras vigentes.

Serviço: Juliana Stacechen
Advogada especialista em Direito Trabalhista
@julianastacechen
(41) 999048404
juliana@stacechen.adv.br
https://stacechen.adv.br/

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