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terça-feira, 2 de abril de 2024

AUTISMO: "meu filho começou a usar a cannabis e em seis meses já conseguimos ir a três festinhas, vê-lo sentado, calmo, me emocionou"

 

No Brasil, o autismo é uma das condições mais tratadas com cannabis medicinal. De acordo com o relatório anual da Kaya Mind, divulgado no fim de 2023, o transtorno está entre as três condições médicas com maior demanda pelos produtos canábicos no país.

 

E isso tem uma explicação bem simples: médicos, pais, familiares e os próprios pacientes notam melhoras em poucos dias de uso. "Testemunhamos casos surpreendentes, como o de crianças que eram incapazes de falar e começaram a emitir sons com intenção de se comunicar. Há também pacientes que apresentavam comportamento agressivo, incluindo automutilação, e pararam com esse comportamento na mesma semana em que começaram o tratamento", relata a Dra. Mariana Maciel, médica especialista em medicina canabinoide e fundadora da Thronus Medical, biofarmacêutica com sede no Canadá.

 

A Dra. Mariana destaca que não são apenas as crianças que podem se beneficiar desse tipo de tratamento. "A cannabis medicinal é benéfica para crianças, adolescentes e adultos em termos cognitivos e comportamentais, e tem poucos efeitos colaterais, o que o diferencia dos medicamentos alopáticos normalmente prescritos para os mesmos propósitos", explica ela.

 

A sociabilidade como um fator fundamental para a melhora

 

Interações sociais representam um aspecto primordial para aprimorar a qualidade de vida, especialmente para indivíduos com autismo, independentemente da faixa etária. Essas pessoas frequentemente enfrentam desafios na interação social, manifestando variações que vão desde dificuldades em falar até habilidades avançadas na linguagem e sociabilidade.

 

A compreensão dessas dificuldades ainda é objeto de estudo na medicina, sendo que pesquisas apontam para possíveis influências da serotonina e da dopamina nesse processo.

 

“Esses dois importantes neurotransmissores são responsáveis por regular nosso humor e trazer sensações de prazer e felicidade. E estudos demonstraram que níveis dessas substâncias são muito baixos ou muito altos em indivíduos com Transtorno do Espectro Austista, e por isso causam disfunção em certas regiões do cérebro, levando a altos níveis de comportamentos repetitivos e baixos níveis de interação social”, explica Dra. Mariana.

 

O CBD desempenha um papel central no tratamento do autismo, atuando especificamente nos receptores de serotonina e dopamina, além de modular o sistema GABA-glutamato, que é frequentemente afetado em pacientes autistas. Essa substância contribui para reduzir a hiper excitação neuronal, promovendo um equilíbrio entre a inibição e a agitação, sintomas comuns nesses indivíduos.

 

“Depois de iniciar o tratamento, inclusive para tratar outros aspectos da síndrome, é muito comum que pessoas passem a conseguir participar de encontros sociais, como festas. Acontecimentos que muitas vezes eram impensados antes da administração da cannabis”, comenta Dra. Mariana.

 

É o que J.S, mãe de uma criança com autismo, conta: “Sempre levei meu filho a todos os lugares pois queria que ele tivesse uma vida social, amigos, e muitas vezes tive que chegar e sair, pois ele gritava e não ficava. Encontrei solução na cannabis medicinal. Meu filho começou o tratamento e em seis meses já tínhamos conseguido ir a três festinhas, vê-lo sentado, calmo, me emocionou”.



Disfunção de Integração Sensorial: o tipo de administração de um fármaco pode auxiliar no tratamento

 

Crianças no espectro autista também podem enfrentar a Desordem de Integração Sensorial (DIS), o que pode complicar a administração de remédios. A disfunção sensorial engloba uma variedade de distúrbios que afetam a capacidade do cérebro de processar estímulos sensoriais. Para pessoas autistas, cheiros, sabores, texturas, sons e luzes podem ser não apenas desconfortáveis, mas muitas vezes insuportáveis.

 

Por essa razão, alternativas são sempre bem-vindas. Pensando nisso, a Thronus Medical desenvolveu produtos líquidos hidrossolúveis da cannabis, como o Bisaliv Power, que podem ser diluídos em uma bebida de preferência, como suco, por exemplo.

 

Apresentações do fármaco no formato de gummies também têm se mostrado uma solução eficaz para esses pacientes. Com aspecto, formato e sabor semelhantes aos de balas de goma tradicionais de morango, essa forma de administração oferece uma opção mais agradável, mastigável e de dosagem mais fácil em comparação com outras formas tradicionais.

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